Três dias recheados de vinhos, petiscos e muitas atividades gastronómicas. É o que promete a nona edição do “Há Prova — O Gosto de Oeiras”. Entre os dias 12 a 14 de maio, sexta-feira a domingo, todos os caminhos vão dar aos Jardins do Palácio Marquês de Pombal — ou, pelo menos, assim será para os foodies e apreciadores de vinhos do concelho.
Este, que é hoje um dos eventos gastronómicos mais importantes e representativos do município, tem como cenário um espaço histórico e emblemático de Oeiras, para receber todos os visitantes que queiram descobrir os melhores sabores da região. À semelhança das edições anteriores, no recinto haverá uma área de exposição, prova e venda de vinhos com produtores e distribuidores de várias regiões de Portugal e também uma zona de degustação gastronómica com restaurantes selecionados de Oeiras.
Paralelamente, estão marcadas diversas atividades na área dos vinhos e gastronomia, que incluem workshops, com profissionais de referência do setor, visitas à Adega do Palácio do Marquês de Pombal e diversos momentos de animação histórica e cultural, sendo um evento para toda a família.
A iniciativa pretende, assim, divulgar espaços de restauração do concelho, que vão marcar presença com venda de comida e bebida, bem como os vinhos da região vitivinícola de Lisboa, em particular, os que pertencem à rota de Bucelas, Carcavelos e Colares.
A primeira edição do “Há Prova em Oeiras” aconteceu em 2013 e, desde então, tem somado consecutivas edições de sucesso. Em 2022, estiveram presentes 34 expositores de vinho (produtores ou distribuidores), dez restaurantes e cinco pastelarias. Espera-se que a edição de 2023 corra tão bem ou melhor que a última, com uma programação recheada (o calendário das atividades completas de cada dia será divulgado em breve).
Do programa, destaca-se a apresentação, no dia 14 de maio, domingo, do documentário “The Guitar Barrel Project”, harmonizado com a degustação da edição especial de vinho de Carcavelos Villa Oeiras envelhecido em barricas do tempo do Marquês.
Os visitantes terão também oportunidade de apreciar, na Adega do Palácio, as seis guitarras construídas por luthiers (profissionais especializados na construção e no reparo de instrumentos de cordas, com caixa de ressonância) de vários países, com madeira de tonéis proveniente da Quinta do Marquês de Pombal.
No mesmo dia será apresentado o concurso e finalistas do Bartender do Ano 2023, bem como de um conjunto de workshops, preparados à medida para o “Há Prova em Oeiras”. A entrada é gratuita, mas o acesso a provas e restauração será feito através da aquisição de uma pulseira, com diferentes valores.
Sobre o “The Guitar Barrel Project / Guitarras do Marquês”
Quando a Câmara Municipal de Oeiras teve conhecimento que um luthier português tinha convidado cinco luthiers internacionais para adquirirem oito toneladas de madeiras exóticas (utilizadas em toneis do século XVIII) para a construção de guitarras que, acreditam, tenham vindo da Adega do Palácio do Marquês de Pombal em Oeiras, desafiou o grupo para desenvolver um projeto em conjunto.
“Trata-se de um projeto que inclui a produção de seis guitarras de autor, feitas com madeira de toneis de mogno do século XVIII, uma edição especial de vinho Villa Oeiras, estagiado numa pipa da mesma madeira, e ainda a produção de um documentário que conta toda esta história”, declara a autarquia, que chegou a acordo para a cedência de parte desta madeira, de forma a permitir o restauro integral de, pelo menos, um tonel original da Adega.
Ao mesmo tempo que cada um dos seis luthiers construía as suas guitarras, a Câmara de Oeiras iniciava um processo de estágio na madeira de mogno para produzir um vinho único, que resultaria numa edição especial, engarrafada e disponibilizada ao consumo na altura da exposição pública das guitarras.
Para este efeito, foi escolhido um vinho da colheita de 2010, feito através de fermentação pelicular, tendo estagiado sete anos em carvalho português e quatro anos numa pipa de madeira de mogno da América do Sul (que terá pertencido à adega do Marquês de Pombal, em Oeiras no século XVIII).
“O trabalho de recuperação das madeiras e construção do tonel e da pipa passou por todos os processos necessários, como se de uma madeira ‘nova’ se tratasse. Desta forma, pode-se considerar que foram construídos equipamentos novos com materiais antigos, facto que permitiu estudar o efeito do mogno ‘novo’ no estágio de vinhos fortificados como o vinho de Carcavelos, neste caso o Villa Oeiras”, refere o município.
O resultado, referem os responsáveis, é impressionante, uma vez que o vinho assumiu a exclusividade deste tipo de madeira, tornando-o distinto dos demais, até então produzidos. Descrevem-no como “um vinho perfeito para harmonização com entradas fortes em gordura, como queijos secos ou de meia cura, patês, ou na sobremesa com doçaria igualmente forte à base de ovos, chocolate e frutos secos, como o bolo de nós com doce de ovos”.
Por outro lado, “a sua complexidade, persistência e envolvência permite que seja servido como digestivo após a refeição, sempre refrescado e nunca à temperatura ambiente”, concluem.
A Câmara de Oeiras produziu 2 mil garrafas de meio litro, numa edição especial em caixa de madeira, onde se encontra uma peça do mogno do mesmo lote da madeira onde o vinho estagiou, com a identificação dos luthiers e com uma superfície que conserva ainda os restos dos cristais de vinho do interior dos toneis.
Carregue na galeria para ver imagens da edição passada do “Há Prova em Oeiras”.