A New in Oeiras quis saber qual é o melhor liceu do concelho de Oeiras. Ou seja: qual é a escola secundária em que mais munícipes colecionaram memórias e que ainda hoje relembram em conversas com o grupo de amigos?
Para muitos, terá sido a pior fase das suas vidas, muito por culpa da puberdade; para outros, a melhor — sem quaisquer preocupações de vida adulta. Os tempos de liceu, em que os amigos e os namorados ganham uma importância desproporcional, e tudo parece ter uma dimensão bem mais marcante do que aquela que realmente tem, são inesquecíveis.
Após uma votação intensa, os leitores da NiO elegeram a Escola Básica e Secundária Sebastião e Silva como o melhor liceu do concelho de Oeiras. O vencedor arrecadou 44,1 por cento dos votos. A ocupar o segundo lugar, e de forma bem renhida, ficou a Escola Básica e Secundária Quinta do Marquês, com 39,4 por cento. O pódio ficou completo com a Escola Básica e Secundária Luís de Freitas Branco (8,8 por cento).
A Escola Secundária Sebastião e Silva, antigo Liceu de Oeiras, foi inaugurada a 18 de outubro de 1952. Abrange o terceiro ciclo e o ensino secundário e tem capacidade para cerca de 1300 alunos.
A New in Oeiras falou com uma antiga moradora de São Julião da Barra, e que foi aluna da Escola Básica e Secundária Sebastião e Silva, sobre os tempos de escola. Madalena Sintra Duarte viveu durante 30 anos no Bairro da Medrosa, em São Julião da Barra e criou um grupo no Facebook em 2010 para moradores e ex-moradores. Chama-se “Bairro da Medrosa” e conta com mais de 1500 membros.
Em conversa com a NiO, relembra as histórias mais engraçadas da altura em que estudou na Escola Básica e Secundária Sebastião e Silva. “O grande acontecimento todos os anos era o Carnaval. Quando regressávamos das férias de Natal, já toda a gente vinha cheia de partidas. Lembro-me que os mais velhos faziam os maiores disparates e havia uma espécie de competição com o Liceu de São João para ver quem fechava mais cedo. Era sempre Oeiras [risos].”
Das bombinhas de mau cheiro, aos cocktails com químicos do laboratório de ciências, e os típicos ovos podres, a escola acabava por fechar mais cedo por falta de condições para as aulas. “Toda a gente ficava super feliz porque ficávamos com férias de Carnaval maiores. Isto foi assim até um ano, não me recordo qual, em que a polícia de intervenção foi chamada. Entraram a matar e desde aí nunca mais voltou a acontecer.”
Madalena Sintra Duarte entrou na escola em 1981 e ficou a estudar por lá do sétimo até ao 12.º anos. As aulas aconteciam no período da manhã ou da tarde. “Tínhamos ótimos professores, sobretudo os da manhã. Daqueles professores de referência, que ainda me lembro muito bem.”
Em frente ao liceu, parava o “senhor Totó dos bolos”, que abria a carrinha e vendia bolos aos miúdos. No verão, mudava-se para a praia de Carcavelos. Praticante de ginástica, Madalena e o grupo de amigos aproveitava as férias para saltar o muro da escola e entrar no ginásio, que sabiam estar sempre aberto. “Íamos para lá aproveitar os trampolins e os equipamentos para fazermos piruetas. Na nossa inocência, achávamos que não estava lá ninguém, era tudo nosso. Claro que um dia apareceu um vigilante e correu connosco dali [risos].”