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Oeiras prepara-se para criar vertiportos para receber veículos aéreos de transporte

O futuro vem aí. As aeronaves eVTOL transportam passageiros e podem deslocar-se a 250 quilómetros/hora.
São 100 por cento elétricos.

As imagens divulgadas parecem saídas de um qualquer filme de ficção científica de Hollywood, mas a verdade é que fazem parte de um projeto que se pode tornar real em Oeiras. O munícipio foi escolhido pela empresa Magellan 500 (consórcio promotor do novo aeroporto de Santarém) para desenvolver um meio de mobilidade elétrica inovadora que passa por uma solução aérea de transporte de passageiros.

Estas aeronaves de descolagem e aterragem vertical são movidas a eletricidade e apontadas como tendo potencial para uma revolução na forma como a população se desloca, diminuindo ao mesmo tempo os impactos ambientais. “Num mundo em rápida evolução e que enfrenta o desafio das alterações climáticas, as novas tecnologias de mobilidade sustentável assumem um papel cada vez mais relevante”, afirma a autarquia. 

Desta forma, o concelho de Oeiras, que se assume como referência nas áreas da tecnologia e inovação, e que tem vindo a apostar cada vez mais em novas soluções de mobilidade sustentável, quer estar na fila da frente dos grandes passos dados rumo ao futuro. O município vai trabalhar com a Magellan 500 no objetivo comum de instalar vertiportos para base de aeronaves eVTOL (os veículos da imagem), cujo propósito será transportar passageiros dentro das grandes cidades. 

Um dos muitos comentários que se têm lido pelas redes sociais apelidam estes veículos de OVNIs (objetos voadores não identificados), mas a verdade é que são como uma espécie de carros voadores, 100 por cento elétricos e que terão uma descolagem muito parecida com a dos helicópteros, ou seja, levantarão e pousarão na vertical — e, à semelhança dos heliportos, serão criados vertiportos, locais que irão receber e abrigar estes veículos. 

O futuro já está em marcha. Na passada quarta-feira, 31 de maio, no Centro de Congressos do Taguspark, a Câmara Municipal formalizou o acordo com a Magellan 500 para implementar o novo projeto. Para a autarquia oeirense, este acordo é mais um passo na estratégia municipal de captar novas soluções de mobilidade elétrica. 

Assinado pelo Presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, e por Carlos Brazão, do consórcio Magellan 500, este acordo “prevê o desenvolvimento das ações necessárias e adequadas ao estudo, projeção, criação e implementação de infraestruturas nas áreas da nova mobilidade aérea elétrica em Oeiras, designadamente de uma infraestrutura aeroportuária para operação de aeronaves elétricas e outras de descolagem e aterragem vertical, e respetivas infraestruturas de apoio”, refere a autarquia. 

O futuro de Oeiras pode ser assim.

Durante a cerimónia, Isaltino Morais garantiu que “Oeiras é o município adequado para fazer esta experiência piloto e desenvolver os estudos necessários”. O presidente da Câmara de Oeiras sublinhou ainda a importância de olhar para o futuro e estar aberto a novos projetos.

“Se Oeiras atingiu o patamar de desenvolvimento que já atingiu, com indicadores que põem o concelho entre os primeiros, e até com indicadores que nos põem mesmo em primeiro lugar na Área Metropolitana de Lisboa, foi também porque, ao longo dos anos, demonstrou disponibilidade e abertura para aceitar experiências e desafios que nos foram propostos por empresas e instituições”, afirmou.

Por isso, prepare-se. Ainda vai demorar algum tempo, mas a ideia é que estas novas soluções de mobilidade vertical elétrica, com base em aeronaves eVTOL (Electric Vertical Take-Off and Landing – Descolagem e Aterragem Vertical Elétrica) possam estar disponíveis até ao final da década. 

Estas soluções deverão combinar: a eficiência na utilização dos espaços de aterragem e decolagem, os designados vertiportos; a sustentabilidade da energia elétrica (sobretudo renovável); o funcionamento silencioso da propulsão elétrica; e a conveniência da rapidez de deslocação a velocidades de cruzeiro anunciadas geralmente acima dos 250 quilómetros/hora. 

Para o município “estas soluções de mobilidade vertical elétrica serão, certamente, formas de transporte de excelência, uma vez que a rapidez e conveniência são prioritárias, nomeadamente no mercado do turismo ou logística, com uma rápida ligação de acesso a aeroportos”. 

O projeto Magellan 500 para a futura construção do aeroporto na região de Santarém, que integra o Grupo Barraqueiro, pretende assim desenvolver, numa primeira fase, os vertiportos que servirão de rápido acesso entre Oeiras e aquela região. Posteriormente, pretende-se o funcionamento em rede com outros vertiportos que se venham a estabelecer no território nacional. Para o consórcio Magellan 500 e os seus constituintes, este acordo representa mais um passo numa estratégia global de descarbonização e sustentabilidade.

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