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Não se esqueça: a hora vai voltar a mudar já este mês

O sol vai pôr-se mais cedo, mas as boas notícias é que vai conseguir dormir mais uma hora nesse domingo.
Mais 60 minutos de sono.

Com o término do verão e o início de outubro chega também a transição para o horário de inverno. Os relógios deverão ser atrasados em 60 minutos, ou seja, o pôr do sol acontece mais cedo e os dias ficam mais curtos.

A alteração vai ocorrer no último domingo do mês, dia 27 de outubro. Às duas da manhã, em Portugal continental e na Madeira, os relógios serão ajustados para voltar a marcar uma hora. Na Região Autónoma dos Açores, o ajuste será o mesmo, porém, acontecerá à uma da manhã (regressando à meia-noite.

Se não é fã desta mudança, vale a pena recordar que há um lado positivo: nesse domingo, terá direito a mais 60 minutos de sono. A nova hora permanecerá em vigor até 30 de março de 2025, data em que regressa o horário de verão.

Como tudo começou

Esta rotina, que tem feito parte de vários países um pouco por todo o mundo, começou há mais de 100 anos. Segundo um estudo conduzido pela Assembleia da União Europeia em outubro de 2017, a ideia inicial partiu de um construtor britânico chamado William Willett, que em 1907 escreveu um panfleto chamado “O Desperdício da Luz do Dia”.

A prática em si só foi adotada pela Alemanha em 1916, e outros países europeus, bem como os Estados Unidos, seguiram o exemplo para poupar energia tendo em conta a crise energética que atravessavam durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Atualmente, existem três fusos horários na UE: Hora da Europa Ocidental, que inclui o Reino Unido, Portugal e Irlanda; Hora da Europa Central, que inclui Espanha, Alemanha e Itália; e Hora da Europa Oriental, que inclui Grécia, Finlândia e Roménia.

No meio disto, há um eterno debate sobre se Espanha está no fuso horário devido. Durante a Segunda Guerra Mundial, os espanhóis e outros países europeus, com exceção de Portugal e Suíça, avançaram os relógios. Mas Espanha nunca voltou ao tempo da Europa Ocidental. Assim, embora geograficamente devesse estar no mesmo fuso horário do Reino Unido e Portugal, os seus relógios estão na mesma zona dos países de leste.

A alteração da prática da mudança, coordenada pela União Europeia desde 1996, começou a ser discutida no Parlamento Europeu no início de fevereiro de 2018. Meses depois, em agosto, surgiram os resultados oficiais do tal inquérito da Comissão Europeia, onde se votava a favor do fim da mudança.

Países como a Rússia, a Turquia e a Islândia já aboliram a prática. Em Portugal, a mudança da hora foi adotada pela primeira vez a 30 de abril de 1916, em plena Primeira Guerra Mundial, com objetivo de minimizar o uso de iluminação artificial, e assim contribuir para economizar combustível para o esforço de guerra.

Os argumentos a favor e contra a mudança da hora são variados, mas muitos estudos analisam a poupança de energia com este regime. Outros dizem mesmo que a alteração pode ter efeitos na saúde ou no sistema imunológico. Argumentos mais recentes, sobretudo a favor do horário de verão permanente, são a de que mais luz ao fim do dia, durante todo o ano, se a hora de inverno não chegar, incentiva o ato de estar ao ar livre e até impulsiona o comércio.

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