Precisamente há um ano, em janeiro de 2024, a New in Oeiras partilhava a notícia que o Estádio Nacional seria reabilitado, tendo sido aberto um concurso para o desenvolvimento do projeto. Nesta segunda-feira, 13 de janeiro, foram finalmente partilhados os planos para a renovação do espaço, situado no Centro Desportivo Nacional do Jamor, na Cruz Quebrada.
A apresentação do projeto vencedor decorreu na sede da Ordem dos Arquitetos, em Lisboa. Organizada pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, que destacou a importância histórica e cultural desta requalificação. Já o presidente da FPF, Fernando Gomes, afirmou ser este “um marco importante na reabilitação do Estádio Nacional”.
Maior cobertura na bancada central e estacionamento subterrâneo são duas das grandes novidades. A mudança do estádio, inaugurado a 10 de junho de 1944, vai ser liderada pelo arquiteto Manuel Aires Mateus (numa parceria entre a Atherden Fuller Leng Limited, a Gonçalves Vieira-Cruz Lda e a Aires Mateus III), responsável pela reorganização do espaço histórico e de grande valor desportivo para o concelho (e para o País).
“Os principais objetivos desta requalificação incluem a modernização do espaço, com a criação de condições de maior conforto para os espectadores e profissionais, a instalação de uma cobertura ampliada na bancada central, a melhoria substancial das instalações de apoio e a criação de espaços mais acessíveis”, refere a Câmara Municipal de Oeiras.
“A capacidade de 38 mil lugares será mantida, assegurando que o Estádio Nacional continue a ser um palco de excelência para grandes eventos desportivos nacionais e internacionais”, acrescenta a autarquia.

“Este concurso é apenas o princípio de um diálogo. Começámos por entender a demografia do Estádio Nacional. Entre as novidades, destacam-se a construção de uma pala com inclinação variável, uma operação de limpeza na entrada para a tribuna e a criação de um parque de estacionamento subterrâneo”, explicou o arquiteto Aires Mateus.
A reabilitação do Estádio Nacional deverá custar cerca de 25 milhões de euros, prometendo respeitar a arquitetura original, com destaque para uma maior cobertura de bancada central e ainda a criação de um parque de estacionamento subterrâneo, de forma a modernizar o espaço e torná-lo mais prático e adaptado às exigências atuais dos eventos que recebe.
“Uma das coisas que vai logo acabar são os contentores que servem de casas de banho nos dias de jogos. Vamos ter um Estádio Nacional em condições para receber as pessoas”, explica o arquiteto. No entanto, ainda não há data para o avanço das obras.
O projeto foi lançado em 2023, numa colaboração com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a Federação Portuguesa de Atletismo e também a Federação Portuguesa de Rugby.
“São oito décadas que impõem a requalificação deste espaço. Vai ser efetuado um investimento avultado, que dará ao Jamor as condições necessárias para competir, aumentando as condições de segurança e de conforto. A nossa visão é que, além de ser um palco de eventos desportivos, o Jamor seja também um ponto de encontro para a comunidade. Hoje, começamos a segunda fase com a realização do projeto de arquitetura”, disse o secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias.
Por outro lado, o presidente FFP, Fernando Gomes, considera “celebramos um marco importante na reabilitação do Estádio Nacional, um espaço que transcende a mera funcionalidade desportiva e se inscreve na memória coletiva de todos os portugueses. O Estádio Nacional não é apenas uma infraestrutura desportiva. É um símbolo de uma história rica que faz parte da identidade do futebol e do desporto do nosso País”.
Inaugurado há 80 anos, o Estádio Nacional assumiu, desde logo, a função de espaço multiusos, com um campo de jogo em relva natural e uma pista de atletismo. É o cenário, ano após ano, da final da Taça de Portugal de futebol, entre muitos outros eventos desportivos.