Desde que foi divulgada, no início de abril deste ano, a substituição das operadoras atuais dos transportes rodoviários que ligam Oeiras a Lisboa pela Carris Metropolitana — uma marca única e integrada dos transportes urbanos da Área Metropolitana de Lisboa (AML) — que a expectativa dos munícipes era muita. A data foi anunciada: dia 1 de julho, sexta-feira, seria o início do funcionamento da nova operadora no concelho de Oeiras.
Afinal, já não vai ser assim. Mantém-se o dia, mas muda o mês (e o ano) — será apenas a 1 de janeiro de 2023 que as suas viagens de ida e regresso para o trabalho vão passar a ser realizadas pela Carris Metropolitana.
A pouco mais de uma semana da data inicialmente prevista, o novo operador de transportes da AML adiou por seis meses o início do serviço no concelho de Oeiras e não só. Na verdade, esta decisão abrange também os concelhos da Amadora, Cascais, Lisboa e Sintra (incluídos na Área 1, definida pela empresa), assim como Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira (pertencentes à Área 2). O anúncio chega depois de, no início de junho, se terem registado grandes dificuldades no arranque da nova Carris Metropolitana nos distritos da margem sul de Lisboa.
Num comunicado divulgado esta quarta-feira, dia 22 de junho, a Carris Metropolitana anunciou a decisão justificando “que não estão garantidas as condições consideradas essenciais para a entrada em funcionamento do novo serviço, por razões da responsabilidade dos operadores prestadores de serviço nas Áreas 1 e 2”.
A empresa avançou ainda com mais pormenores que justificam a razão do adiamento. “A falta de um número bastante significativo de viaturas novas, a inexatidão nas datas da sua disponibilidade e a adequação dos sistemas de informação necessários à prestação do serviço de acordo com os requisitos do caderno de encargos e dos contratos firmados para as Áreas 1 e 2, são, entre algumas outras, as razões principais identificadas para que se considere que o serviço não está em condições de ser colocado em prática”.
Desta forma, nos concelhos anteriormente citados, a operação dos transportes rodoviários continuará a decorrer nas condições habituais, como até agora, ou seja, com as operadoras que já realizavam o serviço. Em Oeiras falamos, especificamente, da Scotturb e da Vimeca.
Para a Carris Metropolitana, os operadores responsáveis pelo serviço nesta área geográfica “são contratualmente responsáveis pela adequação da operação rodoviária aos níveis de serviço que foram exigidos em caderno de encargos (i.e. renovação de frota e aumento significativo de oferta, entre outros) e por informar em momentos previamente definidos, eventuais factos que possam ser impeditivos para a entrada em operação nas datas previstas contratualmente, o que não se tem verificado com a antecedência necessária para a tomada de decisão”, pode ler-se no comunicado oficial.
Ainda assim, a Transportes Metropolitanos de Lisboa, responsável pela Carris Metropolitana, garantiu que “tem desenvolvido todos os esforços para que este processo decorra com o menor número de perturbações possíveis junto das populações e para que a operação da Carris Metropolitana seja uma realidade verdadeiramente disruptiva da qualidade do serviço rodoviário que é praticado atualmente na Área Metropolitana de Lisboa”.
A Carris Metropolitana é uma iniciativa que abrange os 18 municípios que pertencem à AML, na qual Oeiras está incluída. O objetivo, segundo a empresa, é implementar uma operação rodoviária única para toda a AML, unindo-a numa mesma marca, num mesmo nível de serviço, focado nas necessidades dos passageiros.
Entre as várias melhorias propostas, estão o aumento do número de horários e frequências até cerca de 40 por cento acima do que era praticado antes, a redução da idade média da frota em operação e a introdução de variáveis de maior sustentabilidade nas viaturas.