O rastreio do cancro da mama tem vindo a ganhar cada vez mais relevância, uma vez que permite detetar a doença numa fase tratável, se realizado regularmente. Por isso mesmo, a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) decidiu alargar as idades abrangidas pelo rastreio gratuito, que agora compreende a faixa etária entre os 45 e os 74 anos.
“É um desafio, porque vão ser necessários mais recursos humanos”, salientou Vítor Veloso, presidente da LPCC, mas a Liga ”já tomou as medidas necessárias para que isso não seja um obstáculo” e está pronta para operacionalizar o rastreio, como acordado com o Ministério da Saúde.
Até agora, o rastreio era realizado anualmente em Oeiras, para mulheres entre os 50 e os 69 anos. Com o alargamento da faixa etária abrangida, o período de realização dos exames também será aumentado, podendo ser feito em postos de proximidade, e de forma mais acessível, entre abril e julho.
A LPCC – Núcleo Regional do Sul, em parceria com o Serviço Nacional de Saúde e com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras, irá disponibilizar o rastreio gratuito na Unidade Móvel da Liga, entre 15 de abril e 17 de julho, em duas localizações: de 15 de abril a 6 de junho, junto ao Centro de Saúde de Paço de Arcos, e de 11 de junho a 17 de julho, em Linda-a-Velha, na Alameda António Sérgio, junto ao edifício Carris.
A equipa técnica e médica especializada, acompanhada de equipamentos como mamógrafos digitais diretos, realizará o rastreio de forma gratuita, mas com alguns critérios de elegibilidade: residentes entre 45 e 74 anos, assintomáticas e sem próteses mamárias. Não podem participar mulheres que já tenham realizado mastectomia ou que tenham tido cancro de mama, bem como aquelas que fizeram uma mamografia nos últimos seis meses.
As mulheres que preenchem os requisitos serão convidadas por carta postal, mas também podem agendar o exame por telefone (245 009 299, 915 999 890) ou email (rcm.admin@nullligacontracancro.pt).
O ano passado, a LPCC apoiou cerca de 23 mil doentes oncológicos, mais 5.101 relativamente a 2023. Este número tem vindo a aumentar, tal como o valor disponibilizado, que atingiu quase 1,8 milhões de euros, sobretudo para medicamentos e alimentação.