Depois da Covid-19, há uma nova pandemia a assustar o mundo: a solidão. Estar só pode ser tão mortal como fumar uma dúzia de cigarros diariamente, alerta o cirurgião Vivek Murthy do U.S. Department of Health and Human Services (HHS), departamento federal dos Estados Unidos dedicado à saúde e bem-estar.
“Sabemos agora que a solidão afeta muitas pessoas. É como a fome ou a sede. É um sentimento que o corpo nos envia quando algo de que precisamos para sobreviver está a faltar”, explicou Vivek Murthy numa entrevista à agência de notícias “Associated Press”, aqui citado pela SIC Notícias.
O alerta foi partilhado num relatório do HHS que pretende aumentar a consciencialização sobre a solidão. Porém, a publicação do documento não será suficiente para desbloquear financiamento federal que apoie programas para combater o problema, que se agravou durante a pandemia da Covid-19.
A epidemia de solidão afeta especialmente os jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos. A população desta faixa etário registou uma quebra de 70 por cento no tempo passado com os amigos durante o período pandémico. E isso tem consequências na saúde.
Estar e sentir-se só aumenta o risco de morte prematura em cerca de 30 por cento. O relatório revela ainda que pessoas com fracas relações sociais apresentam também um maior risco de sofrerem um acidente vascular cerebral ou desenvolverem uma doença cardíaca.
Integrar grupos com interesses comuns e evitar o telemóvel durante as interações presenciais com amigos ou conhecidos são algumas das recomendações do relatório para evitar a solidar. O documento frisa também a necessidade dos empregadores de delinearam cuidadosamente as suas políticas de trabalho à distância; e aconselha os sistemas de saúde a darem formação aos médicos para reconhecerem os riscos da solidão para a saúde.
