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10 truques para acabar com o vício do açúcar — “a substância mais perigosa do mundo”

O consumo excessivo deste ingrediente está relacionado com o aparecimento de várias doenças. O primeiro passo é reduzir.
Atenção aos donuts.

“O açúcar é a droga mais perigosa do nosso tempo.” A afirmação foi feita em 2013 por Paul van der Velpen, antigo diretor do serviço de saúde de Amesterdão — um país com uma atitude notoriamente liberal relativamente à canábis. Na altura, o especialista em saúde pública acrescentou que o açúcar é uma substância tão viciante como o álcool e o tabaco e salientou que o grande problema é que pode ser obtido mais facilmente. Velpen disse ainda que “as embalagens de doces e refrigerantes deviam até ter um aviso de perigo para a saúde”, à semelhança do que acontece com os cigarros.

Os sinais não são muito diferentes da dependência causada por outras substâncias. Se tem dificuldade em recusar um chocolate e não consegue parar de comer gomas até o pacote ficar vazio é porque, muito provavelmente, o seu corpo está viciado em açúcar. Não estamos a brincar. Esta substância causa dependência e quanto mais ingerimos mais vontade temos de continuar a fazê-lo.

“O excesso de consumo de doces é uma das principais causas de obesidade, diabetes tipo dois, hipertensão arterial, hipercolestorémica, doenças cardíacas e esteatose hepática (fígado gordo)”, explica Ana Rita Lemos, nutricionista do Hospital Lusíadas, em Lisboa. O problema é que quanto mais ingerimos, mais vontade temos de voltar a fazê-lo. A explicação é simples: os alimentos açucarados provocam-nos uma sensação de prazer e bem-estar, refere a especialista em nutrição.

“A Organização Mundial da Saúde define que a ingestão de açúcar deve estar abaixo dos 10 por cento do total de energia ingerida diariamente e de preferência representar apenas 5 por cento. Na prática, uma pessoa com necessidades nutricionais energéticas de 2000 calorias, deve apenas consumir 25 gramas por dia, o equivalente a seis colheres de chá”, detalha Ana Rita Lemos.

No entanto, é importante lembrar que o açúcar não surge apenas na versão granulada branca ou castanha que, normalmente, compramos no supermercado. Pode ser acrescentado a alimentos e bebidas pela indústria alimentar, por quem os cozinha, pelos consumidores (por exemplo, quando adiciona açúcar ao café) e também estão naturalmente presentes no mel, xaropes, sumos de fruta e concentrados. “Este ingrediente é omnipresente, mesmo que se mascare de xarope para disfarçar”, realça.

Por isso, “substituir o açúcar branco, que é considerado uma droga, por outros adoçantes ou até mesmo edulcorantes não vai ajudar a acabar com o vício”, adianta a nutricionista Sónia Marcelo.

As boas notícias é que é possível acabar com a adição ao sabor doce, sem ter de fazer mudanças drásticas. Uma dica simples (e eficaz) para deixar de ingerir açúcar é reduzir lentamente a quantidade ingerida. “Imagine que coloca uma colher de sopa no galão ao pequeno-almoço, a sugestão é, na semana seguinte, passar para uma colher de sobremesa e, posteriormente, passar para uma colher de café e depois meia colher, até que já não sinta a falta do sabor doce. A longo prazo torna-se um hábito”, aconselha a especialista em nutrição.

Fazer exercício físico é outra forma de conseguir evitar alimentos doces. Treinar ajuda a acelerar o metabolismo e a controlar os níveis de açúcar no sangue e, consequentemente, diminui a vontade do comer. Além disso, quando nos sentimos bem com o nosso corpo, acabamos por fazer escolhas alimentares mais saudáveis.

Dormir, pelo menos oito horas é igualmente importante. “O cansaço aumenta os níveis de grelina — a hormona da fome — e diminui os níveis de leptina, a hormona que informa o hipotálamo que estamos saciados.” E, quando estamos com fome, temos tendência a fazer escolhas menos saudáveis. Por isso, é melhor tentar dormir mais.

Carregue na galeria e tome nota de mais dicas da especialista para controlar a ingestão de açúcar.

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