Faltava meia hora para o início do concerto, quando encontrámos os cinco membros dos Objeto Quase num convívio animado no backstage do Palco Heineken. No terceiro e último dia do NOS Alive, 13 de julho, eram eles a marcar o arranque dos espetáculos naquele espaço. “Vai ser o maior concerto que já demos, em termos de dimensão do espaço e do público”, contaram à NiT.
Há um mês e meio, esta ideia parecia-lhes totalmente improvável ou, pelo menos, bem distante. “Pensávamos que chegar ao NOS Alive poderia demorar muito mais tempo”, nota Gonçalo, um dos cinco membros da banda que nasceu no início de 2023. Nesse mesmo ano, os amigos decidiram participar no Oeiras Band Sessions. Porém, não foram selecionados.
Um ano depois, decidiram concorrer novamente ao concurso organizado, anualmente, pelos Nirvana Studios e pela Câmara Municipal de Oeiras. Não só foram escolhidos como uma das bandas finalistas, entre 72 participações, como conseguiram mesmo alcançar a vitória. Foi a 1 de junho que conquistaram o primeiro lugar, assim como um dos prémios mais desejados por qualquer banda em início de carreira: tocar num grande festival de música.
A banda é formada pelo vocalista Miguel Moreira, 21 anos, o baterista João Nunes, 22 anos, o guitarrista Duarte Gaspar, 24 anos, o guitarrista Rodrigo Rato, 27 anos, e o baixista Gonçalo Carvalho, 30 anos. Descrevem a sua música como Indie Rock e cantam sempre em português. “Buscamos sonoridades dos anos 90, 2000. Mas somos cinco, e todos temos gostos diferentes e também diferentes inspirações. Mas vamos conseguindo conciliá-las. O processo criativo envolve-nos a todos”, revela João, que além da bateria, toca guitarra.
A expectativas para este dia eram grandes. Mas confessaram-nos não estar nervosos a poucos minutos de subir ao palco. A ansiedade, no entanto, era grande, para que chegasse finalmente o momento de se apresentaram ao vivo. “É incrível. O NOS Alive é o festival com o qual mais nos identificamos. Vai ser muito diferente, comparado com qualquer sítio onde já tocámos. Estamos muito contentes por poder ter esta experiência. Ainda por cima num palco que é o segundo mais importante do festival”, sublinha o porta-voz do grupo.
O plano era tocar as cinco músicas que vão fazer parte do EP que vão lançar em outubro, do qual já saíram dois singles: “O gajo do costume” e “Chuva” e o terceiro sai em setembro, chamado “Licença para morrer”. Para o concerto decidiram fazer “uma versão adaptada para um espetáculo ao vivo, com um arranjo diferente”, contam.
“Temos 30 minutos para tocar. Conseguimos encaixar as músicas do EP, e tirámos algumas do set habitual. Queremos dar alguma forma à nossa presença em palco, é o que temos vindo a preparar, porque somos uma banda relativamente recente”, reforça Rodrigo. “Aqui vamos ter mais espaço para nos mexermos, pelo menos, mais do que a nossa sala de ensaios com 14 metros quadrados”.
Para os cinco jovens músicos, o principal objetivo era aproveitar esta oportunidade única e viver ao máximo os minutos no palco. No entanto, pensam na notoriedade que o festival lhes pode trazer e nas portas que poderá abrir no futuro.”O facto de termos vindo aqui tocar pode ajudar-nos muito, mais para a frente. Podermos dizer que já tocámos no NOS Alive é incrível, um marco na vida de qualquer músico, ainda por cima numa fase tão jovem da nossa banda. O Oeiras Band Sessions foi um atalho e é de louvar estas iniciativas que dão palco a bandas mais pequenas, mais novas, diferentes”, acrescenta Duarte.

Às 17 horas começaram a tocar os primeiros acordes. O público, que estava sentado à espera, levantou-se imediatamente para chegar mais perto do palco. Miguel, o vocalista, pediu que, assim que contasse até quatro, a plateia os acompanhasse com energia e vontade de viver ao máximo o concerto. E assim foi. Deram tudo no palco, com o vigor e a frescura de uma jovem banda.
Começaram pela música “Fim da Paciência”, seguiu-se o segundo single “Chuva” e um interlúdio que tocam ao vivo, chamado “Pantera Negra”. O tema “Licença Para Morrer” foi aprovado pela plateia, que cantou com vontade o primeiro single “O gajo do costume”. O concerto terminou com “Quasimodo”.
Ao sair do palco, vinham em êxtase. “Foi incrível, muito divertido”, dizem. “Superou muito as nossas expectativas. Foi muito melhor e com muito mais público do que estávamos à espera, e super enérgico”, acrescentam. O vocalista Miguel confessou-nos que, apesar de não estar nervoso, quando começou a cantar lhe tremeram as pernas. Já o guitarrista Duarte, contou-nos que mal começou a tocar, relaxou imediatamente.
O grupo assinalou também o bom ambiente que sentiu dentro e fora do palco. Um dos maiores objetivos estava cumprido: “Queremos que as pessoas conheçam as nossas músicas. Esperamos que muitas das pessoas que nos viram tocar, pesquisem por nós nas plataformas. Sabemos que demos a conhecer o nosso trabalho talvez a pessoas que estavam a passar por aqui, que não nos conheciam e ficaram a ouvir-nos”, referem.
“O concerto fica disponível na RTP Play, podem ir ver”. Por enquanto, a banda está a marca diversos concertos pelo País, durante o verão, para celebrar o lançamento do EP. “Tomem atenção aos próximos lançamentos”, dizem.
Fora da música, os Objeto Quase lançaram também peças de merchandising, como T-shirts e tote bags. Para os leitores que querem saber mais sobre os Objeto Quase, podem segui-los no Instagram, no Spotify e também no canal de YouTube, entre outras plataformas habituais.
Carregue na galeria para ver imagens dos bastidores no pré-concerto e também da banda em cima do palco.

LET'S ROCK







