Uma das relações familiares mais caricatas, retratadas no teatro, cinema e televisão, é sem dúvida aquela entre filho, nora e sogra. Ainda que na vida real não seja sempre assim, na ficção é comum estereotipar-se o facto de sogras e noras se darem mal, pelos ciúmes que têm do respetivo filho/marido. É precisamente este o tema da 86.ª produção do Teatro Independente de Oeiras (TIO).
A comédia “Tu não pariste o meu destino”, que irá estrear em junho, terá em palco três personagens que irão protagonizar esta clássica relação. Carlos d’Almeida Ribeiro, ator, encenador e diretor do TIO sobe ao palco com as atrizes brasileiras Carolina Stofella (atualmente na série da Netflix “Temporada de Verão” e na série “Desconstruída”, da plataforma brasileira de streaming Looke) e Regina Sampaio, de 84 anos, com uma longa carreira no teatro, televisão e cinema.
Na sinopse, podemos ler: “Se há peripécia ou clássico que é de temer são as quezílias de sogra e nora, claro que é tudo por amor, mas o caricato é que é tudo concentrado no mesmo alvo, ou melhor no filho ou no noivo. As guerrilhas ou impressionantes formas e formatos de colocar o amor à prova dá para tecer fios e fios de narrativa das melhores intenções e das piores interpretações”.
O texto é da autoria de Glória Rabelo. “Sempre gostei de escrever sobre famílias. Ali se encontram as melhores e diferentes histórias. Já escrevi sobre dois irmãos, duas irmãs, sobre marido e mulher, porém, o elo mais forte e indissolúvel, é entre a mãe e filhos. Não são raras as vezes em que a mãe projeta a sua vida, na vida do seu filho. É sobre essa relação, que me propus a escrever o texto: ‘Você não pariu o meu destino'”, conta a autora.
Assim, vai poder acompanhar a história de Jandira, uma mulher livre que é, por outro lado, uma mãe possessiva e castradora. Fez da vida do filho a sua própria vida e vive num conflito psicológico, que se agrava com a possibilidade de perdê-lo para a sua nova namorada. Tudo piora com a chegada de Karina, que imediatamente percebe o jogo da sogra e começa a “jogar” também. A partir daí, o embate psicológico está instalado e tudo pode acontecer.
É no meio deste complicado cenário que Pedro António José (Pêpêtózé — junção dos nomes dos três homens com quem Jandira esteve na semana que veio a Portugal para o Congresso de Advogados, antes dele nascer) consegue ganhar força para gerir a sua própria vida, encarar os seus medos e as suas vontades.
De forma cómica, e por vezes dramática, o público vai poder assistir, ao longo de 70 minutos, ao desenrolar desta história, torcendo pela sua personagem favorita. Esta peça vem também reforçar a vontade do Teatro Independente de Oeiras de abrir a sala de espetáculos a grupos e atores estrangeiros, uma iniciativa que muito tem contribuído para o seu reconhecimento internacional.
Para Carlos d’Almeida Ribeiro, “esta peça surge no seguimento da missão do TIO de internacionalização do seu trabalho, agregação de valor no acolhimento e coprodução de espetáculo transfronteiriços, e na abertura da sua sala a uma comunidade artística alargada. A Carolina Stofella e a Regina Sampaio complementam assim e, de forma brilhante, este trio de atores que dão corpo a uma história ‘antiga’ — as relações complicadas entre sogra e nora e a profunda tristeza e revolta que se apodera de uma mãe que perde o filho para outra mulher.”
Com estreia marcada para 9 de junho, sexta-feira, a peça estará em cena durante cerca de um mês, até dia 8 de julho, com sessões às sextas-feiras e sábados, às 21h30. O bilhete custa 16€ e pode adquiri-lo no site da Ticketline e locais habituais. Para mais informações pode contactar o número de telefone 214406878 ou email bilheteira@nullteatrodeoeiras.com. O TIO fica no Edifício Parque Oceano, na Rua Dr. José Joaquim de Almeida número 2, em Oeiras.
