É no mês em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril e os 34 anos da sua existência, que o Teatro Independente de Oeiras (TIO) vai fazer o que sabe melhor: subir ao palco com uma nova peça que promete emocionar o público. Esta que será a 90.ª produção da companhia, é uma homenagem à data que celebra a Liberdade. “Será o nosso contributo para não deixar cair no esquecimento a revolução que transformou as nossas vidas”, diz Carlos d´Almeida Ribeiro, diretor do TIO.
Está marcada para dia 6 de abril a estreia de “25 de Abril — O Musical: Abril Mudanças 1000”. A peça tem como missão “trazer à memória o sentimento libertador do 25 de Abril, pela vivência de um menino que testemunhou o início da era democrática em Portugal”. Cruzando a realidade e a ficção, o espetáculo retrata, assim, “um dia na vida de um País, um dia na vida de um menino”, entre as imagens históricas das ruas e a história de como o pequeno viveu o dia 25 de Abril de 1974, para sempre marcado na sua e nossa história.
“Filme de uma vida, documentário de um País, fotografias de uma revolução. Resultado: um Musical! Os olhos de um menino acordados na madrugada registaram o dia. O sonho de muitos alimentou o seu. João, o menino, andou pela revolução de mão dada com a liberdade, procurando a mãe. Correu numa Lisboa a preto e branco, pintada unicamente pelo vermelho que o acaso chamou cravo. O vermelho que se fez verde de esperança. Hoje, João, o homem, numa viagem de volta, visita aquela quinta-feira revivendo a sua própria vida. Um encontro improvável num dia nada anunciado, mas há muito desejado”, refere a sinopse.
Neste musical, as memórias são quem mais ordena, com a certeza de que “nada é adquirido para sempre e que, por muito finas e transparentes que sejam as barreiras que nos queiram impor, de forma a cercear a liberdade e a democracia, só há uma forma de lidar com elas, recusá-las destruindo-as”, podemos ler na apresentação da peça.
O texto é da autoria de Pedro Almeida Ribeiro. “A Liberdade que ganhámos no dia 25 de Abril de 1974 e a consequente democracia que se instalou em Portugal foi, sem dúvida, a maior conquista que o século XX nos deu. Devemo-la a todos aqueles que, ao longo dos anos, foram lutando por ela e a todos os militares que, naquela madrugada de uma quinta-feira como nunca houvera, colocaram um ponto final na ditadura”, refere.
“Este musical pretende ser o começo de conversas entre pessoas, entre pais e filhos, avós e netos, entre amigos, entre conhecidos, porque a liberdade também se constrói de diálogos livres, onde as histórias tenham tempo para serem conhecidas e assim se eternizarem. A melhor forma que tenho de agradecer a todos os que lutaram pela liberdade e pela democracia, e a todos os militares de Abril que nos escancararam as portas de um Portugal livre, é o compromisso de continuar a viver apaixonadamente os valores que nos ofereceram”, conclui.
Os 75 minutos de “história ao vivo” que compõem a peça, são vividos por sete atores que partilham, em palco, os valores da democracia e a memória da revolução. São eles Gonçalo Lima, Beatriz Cadete, Debbie Monteiro, João Pedro Santos, Miguel Migueis, Rodrigo Balseiro e Salvador Morgado.
A encenação esteve a cargo do também ator e diretor do TIO, Carlos d´Almeida Ribeiro. “É um privilégio encenar este texto para comemorar os 50 anos do 25 de Abril. O autor tem um humor altamente corrosivo, sagaz, assertivo, muito dinâmico e os seus textos revelam um profundo conhecimento pelos temas abordados nas suas peças. É um tema que nos diz tanto, que nos permitiu fazer tanto. Será o nosso contributo para não deixar cair no esquecimento a revolução que transformou as nossas vidas. É um voltar ao passado que nos permitiu, a todos, ter um futuro bem diferente”, aponta.
O espetáculo estará em cena de 6 de abril a 2 de junho, aos sábados e domingos, às 15h30. Durante a semana haverá sessões para escolas às 10h30 e às 15 horas. A peça está classificada para maiores de 12 anos. Os bilhetes já estão à venda, com o valor de 10€. Pode também comprar o pack família (quatro pessoas) por 36€. Encontra-os online e nos locais habituais.
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