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Quiuí: a nova editora infantil que quer pôr os miúdos a trocar o tablet pelos livros

"Há espaço para histórias que surpreendam, quer pela temática, quer pelas ilustrações", garantem os fundadores.
Os miúdos vão adorar.

Em 2020, um estudo do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra comprovava que as crianças portuguesas passavam muito mais horas em frente aos ecrãs do que o recomendado. De lá para cá, sucederam-se outros estudos que reforçam o facto — e que o agravam, analisando as consequências nefastas dessa exposição excessiva.

É esse um dos pontos de partida da Quiuí, a nova chancela do Grupo Editorial Infinito Particular, que se vai focar apenas em publicações para o público infantil e juvenil. “Queremos estimular os miúdos a verem a leitura como uma atividade divertida, interessante e diferente das outras. Nascemos para fazer parte desse crescimento e contribuiremos, com os nossos projetos e com a nossa forma de trabalhar, para o desenvolvimento dos hábitos de leitura em Portugal”, prometem.

Lançado a 21 de março deste ano, o projeto que está a ser “pensado desde há muito” foi criado por João Gonçalves (de 48 anos) publisher da empresa, e Rita Nobre Mira (48) autora de livros infantis e produtora cultural. “Vai seguramente trazer uma abordagem diferente”, conta o fundador.

Esta é mais uma chancela do grupo que, no passado, já lançou editoras direcionadas para outros segmentos, como a Cultura, a Desrotina, a Aurora, a Talento e a Particular. Com esta novidade, colmataram uma lacuna que repararam que havia dentro da própria empresa. Com ela, esperam ajudar “o segmento do livro infantil a crescer ainda mais”.

Na Quiuí vão apostar apenas em obras de “de qualidade”, porque é algo que “faz sempre falta”. “Há espaço para histórias que surpreendam, quer pela temática, quer pelas ilustrações”, explica o publisher.

Com curadoria de Rita, a marca vai-se concentrar numa seleção pensada ao mais ínfimo detalhe. “Vamos diferenciar-nos de outras apostas e criar uma identidade editorial neste segmento. É um caminho que percorreremos com confiança. Desde o início. O nome da editora é o de um pássaro, mas o de um pássaro que não voa. Implica uma certa raridade, algo que nos agrada”, brinca João.

A curadoria terá sempre em conta o próprio propósito da editora, ou seja, de apresentar contos que despertem o pensamento dos mais novos e que os levem a fazer perguntas, a estimular a criatividade e a imaginação. Quer ser, acima de tudo, uma chancela que acompanha o crescimento dos jovens — e, por isso, o trabalho junto da população escolar será muito importante. “Tudo isto com ilustrações apelativas e impactantes que primem pela diferença e pela originalidade”, realça.

O primeiro exemplar da Quiuí vai ser lançado a 11 de abril. “A Menina da Cabeça Quadrada” foi escrito pela brasileira Emília Nuñez. O livro aborda o uso de dispositivos digitais por parte dos miúdos e pretende incentivá-los a descobrirem o prazer das brincadeiras tradicionais. “Esta primeira aposta vai ajudá-los a descobrir, ou a recuperar, o que está para além dos ecrãs. Pode não ser fácil, mas é importante”, reforça João.

Para 2024, a Quiuí pretende consolidar-se no mercado. Não vai, então, apostar na quantidade, mas sim na qualidade. Embora não saibamos quantas obras serão lançadas, o diretor revela que haverá propostas de escritores de vários países, incluindo, claro, Portugal. A primeira proposta da chancela já está em pré-venda e custa, graças a um desconto, 11,97€.

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