Esta sexta-feira, 10 de outubro, o Passeio Marítimo de Algés recebeu a primeira edição do festival NO ART, uma produção holandesa que celebra a música eletrónica e a arte urbana e que revolucionou a indústria dos festivais deste género musical nos Países Baixos.
Nos últimos três anos, já passou por lugares históricos, desde uma luxuosa escola de equitação criada em 1744 a igrejas góticas e de estilo renascentista. Em Portugal, tomou conta do Passeio Marítimo de Algés, que recebe todos os anos o NOS Alive.
O evento, que arrancou pelas 16 horas e que se estendeu até às duas da manhã, ficou marcado por uma noite de verão em outubro e que transportou os fãs de música eletrónica para outra dimensão.
Muitos foram até Oeiras motivados pela atuação dos cabeças de cartaz, os australianos Rüfüs Du Sol. O trio vencedor do Grammy de Melhor Gravação de Música Dance (“Alive”, 2021) deu um espetáculo que arrebatou o público, principalmente quando soaram os primeiros acordes do tema “Innerbloom”.
Já os Anotr, a dupla de jovens neerlandeses responsáveis pela criação do festival, foram os responsáveis por encerrar a noite com um espetáculo eletrizante. Os Djs deixaram o público eufórico e ansioso por ouvir “Relax my eyes”, a música mais conhecida da dupla, que conta quase seis milhões de visualizações no Youtube.
Mas como nem só de música vive um festival, também houve espaço para a arte urbana, feita de várias formas. O mural dos ilustradores fez sucesso entre os fãs de música eletrónica, que tinham a liberdade para desenhar tudo o que quisessem.
“Assim que entrei no recinto vi logo o mural e achei uma ideia incrível. Como gosto de desenhar aproveitei os lápis e as folhas para expressar aquilo que sinto aqui”, conta a lisboeta Francisca Lima, de 25 anos.
O mural, com cerca de cinco metros de comprimento, começou como uma grande tela em branco quando começaram a chegar os primeiros festivaleiros, mas rapidamente ganhou cor e foi servindo de tela, que mudava a cada 10 minutos.
“Sou da Califórnia, mas estou a viver em Paris. Ouvi falar do festival e decidi vir até Portugal. Gosto muito de arte e achei o mural uma ideia diferente. Quis deixar a minha marca com os meus desenhos”, revelou Jeff Rouder, de 33 anos, à NiO.
Além dos Djs, outra das atrações da noite foi Elisa Rezende e o seu estúdio de tatuagens, localizado junto à entrada do festival. “Comecei a fazer tatuagens às 16 horas. Às 17 já tinha as marcações esgotadas até ao fim da noite”, conta-nos a artista portuguesa de 33 anos, com morada em Marvila, mas não por muito tempo. “Vou ter um espaço próprio, no Chiado, muito em breve.”
O festival desafiou os fãs mais corajosos a fazer uma tatuagem, escolhendo várias opções num catálogo já pré-definido ou tatuando o nome do próprio festival à borla. “É cada vez mais comum os festivais apostarem em tatuagens para o público. Acho muito importante haver este cruzamento entre arte urbana e música”, destacou Elisa.
As marcações esgotaram em menos de uma hora e a única tatuagem que a artista fez até encerrar o espaço foi o nome do festival. “Todas as marcações são para fazer a “NO ART”. Claro que o facto de ser a única tatuagem gratuita motiva as pessoas, mas a verdade é que é um logo bonito”, confessa.
À saída viram-se sorrisos, alguma poeira nos cabelos e, entre conversas paralelas, a pergunta que mais se ouvia era: “Teremos mais uma edição do NO ART para o ano?”.
Carregue na galeria para ver fotografias do mural de arte e do estúdio de tatuagens.

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