Um dos mais conceituados escritores de língua portuguesa da atualidade, Mia Couto, virá a Oeiras apresentar a sua mais recente obra “A Cegueira do Rio”, recém publicada, neste mês de outubro, pela Editorial Caminho. O escritor moçambicano será o convidado de mais uma edição do Café com Letras.
A iniciativa, promovida pela rede de bibliotecas municipais do concelho, pretende ser um ponto de encontro entre autores consagrados e o público. As sessões, que têm por base uma conversa sobre literatura, são moderadas pelo jornalista José Mário Silva.
Marque na agenda: a próxima sessão vai acontecer no dia 28 de outubro, segunda-feira, no Auditório do Templo da Poesia, no Parque dos Poetas, pelas 21 horas. A entrada é livre, mas convém chegar um pouco antes da hora marcada para garantir o seu lugar. Caso não consiga ir até lá, saiba que será transmitida em direto no Facebook das Bibliotecas Municipais de Oeiras, assim como no canal de YouTube do Município de Oeiras.
O ponto de partida d’“A Cegueira do Rio” é um incidente que acontece numa aldeia na fronteira entre a Tanzânia e Niassa, onde centenas de pessoas foram assassinadas pelo exército alemão. “O primeiro incidente militar numa aldeia do norte de Moçambique marca, em agosto de 1914, o início da Primeira Guerra Mundial no continente africano. Esse inesperado episódio despoleta, para além disso, uma série de misteriosos eventos que culminam com o desaparecimento da escrita no mundo”, lê-se na sinopse.
“Livros, relatórios, documentos, fotografias, mapas surgem deslavados e ninguém mais parece ser capaz de dominar a arte da escrita. Os habitantes dessa aldeia são chamados a restabelecer a ordem no mundo, ensinando aos europeus o ofício da escrita e as artes da navegação”, acrescenta a apresentação da obra.
Mia Couto nasceu em 1955, na Beira, em Moçambique. As obras do escritor, ex-jornalista, professor e biólogo, estão traduzidas para mais de 30 línguas. Foi, recentemente, agraciado com o Prémio da Feira Internacional do Livro de Guadalajara, no México, mas o seu vasto percurso literário conta com muitas outras distinções.
Entre elas o Prémio Vergílio Ferreira em 1999, o Prémio União Latina de Literaturas Românicas em 2007 e o Prémio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura pelo seu romance “O Outro Pé da Sereia”. Em 2011 venceu o Prémio Eduardo Lourenço, que se destina a distinguir o forte contributo de Mia Couto para o desenvolvimento da língua portuguesa.
Já em 2013 foi galardoado com o Prémio Camões e com o prémio norte-americano Neustadt. Em 2015 foi finalista do The Man Booker Prize. O seu livro “Compêndio Para Desenterrar Nuvens” ganhou o Grande Prémio do Conto Branquinho da Fonseca APE e Câmara Municipal de Cascais.