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Mia Couto é um dos convidados do Nómadas do Pensamento esta terça-feira em Oeiras

A próxima edição do ciclo de encontros, moderados por Pedro Abrunhosa e Paulo Mendes Pinto, acontece a 4 de julho, às 21h30.
O escritor moçambicano completa 68 anos a 5 de julho.

Nómadas do Pensamento é um ciclo de conversas, com periodicidade bimensal, que conta com dois moderadores residentes e diferentes convidados em cada sessão. Este conjunto de debates pretende refletir sobre temas intemporais, “libertos de condicionamentos e espartilhos herdados dos percursos históricos que desde há muito limitaram o debate entre o religioso, o espiritual, a estética e a filosofia”. É assim que o evento, que conta com o apoio do município, se define. 

O músico português Pedro Abrunhosa e o diretor-geral académico da Lusófona Brasil, Paulo Mendes Pinto, são os anfitriões de mais uma edição, que vai decorrer já esta terça-feira, 4 de julho, e que tem como tema “Descolonizar as Mentes e a Cultura”.

De acordo com a organização, este tópico surge da importância de se olhar para o passado, para melhorar o futuro: “Fruto do desenvolvimento dos direitos cívicos, hoje percebemos que a forma de encarar a cultura, especialmente o passado, está em mudança, desafiando o que era normal. A sociedade exige outros olhares, outras vozes: não se trata apenas de memória e de cultura, mas da forma de nos vermos, da forma de darmos lugar a nós mesmos numa identidade coletiva, matizada e criada nas múltiplas identidades silenciadas”.

Para a conversa foram convidados o escritor moçambicano Mia Couto, o músico português, com ascendência cabo-verdiana, Dino d’Santiago e Maria Inácia Rezola, professora universitária, doutorada em História pela Universidade NOVA de Lisboa e presidente da estrutura de missão das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.

 “A colonização não foi apenas em África ou noutras paragens, nem foi apenas para com quem vivia ancestralmente nesses territórios. A colonização, como processo de imposição de modelos, teve lugar em todos os quadrantes, dos colonizados aos próprios colonizadores. A colonização da cultura não nos remete apenas para uma realidade, mas para todos os processos de aculturação que, geração após geração, oprimem, escondem, definem verdades”, sublinha a organização.

“Descolonizar é mais do que regressar com outro olhar à ‘saga’ dos chamados Descobrimentos, é mais do que voltar às culturas oprimidas e destruídas, rever esse passado e equacionar o que fazer com ele. Descolonizar é também valorizar a liberdade, seja a criativa, seja a de opinião, e libertar a cidadania de amos e de servos”, conclui. 

O evento irá decorrer pelas 21h30 no Auditório Municipal Eunice Muñoz, em Oeiras. A iniciativa tem entrada livre, mas está sujeita à capacidade da sala, por ordem de chegada. Por isso, se quer assistir ao vivo, o ideal é chegar cedo.

Caso não consiga ir até lá, saiba que a conversa será transmitida online através da página de Facebook do Município de Oeiras e da página de Facebook das Bibliotecas Municipais de Oeiras. Para mais informações pode contactar o número de telefone 214 408 329 ou o email livraria.verney@nulloeiras.pt.

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Este artigo foi escrito em parceria com a Câmara Municipal de Oeiras.

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