Oeiras vai receber, novamente, aquela que é considerada a maior exposição de fotojornalismo e fotografia documental do mundo. A 67.ª edição do World Press Photo vai passar por Portugal e o cenário escolhido, à semelhança dos anos anteriores, é o Parque dos Poetas, criando uma verdadeira galeria a céu aberto, a partir de 29 de novembro.
Um dos mais célebres e reputados concursos de fotografia do mundo, o World Press Photo foi criado em 1955, pela organização homónima, com o objetivo de premiar, anualmente, os fotógrafos profissionais pelas imagens que dão a conhecer ao público. Todas elas representam momentos impactantes que marcaram a atualidade, à escala global, no ano anterior.
A edição deste ano distinguiu 24 vencedores, em diferentes categorias, seis menções honrosas e, ainda, duas menções especiais do júri. Ao todo, foram mais de 61 mil imagens inscritas, propostas por 3.851 fotógrafos, de 130 países.
Estes trabalhos ajudam a documentar alguns dos temas mais importantes e urgentes que o mundo enfrenta atualmente. “As guerras em Gaza e na Ucrânia, a migração, a família e a demência são alguns dos temas em destaque nas imagens vencedoras do World Press Photo deste ano”, revela a revista “Visão”, promotora da exposição.
O prémio de “Fotografia do Ano” foi entregue ao fotógrafo palestiniano Mohammed Salem. A imagem eleita pelo júri é descrita pelo próprio como um “momento poderoso e triste que resume o sentido mais amplo do que está a acontecer na Faixa de Gaza”. Mostra uma mulher palestiniana a embalar o corpo da sobrinha que foi morta, juntamente com outros quatro membros da família, quando um míssil israelita atingiu a sua casa.
“O júri do World Press Photo destaca a forma como esta imagem foi conseguida ‘com cuidado e respeito, oferecendo ao mesmo tempo um vislumbre metafórico e literal de uma perda inimaginável’, refere a “Visão”.
Já na categoria “Histórias”, por exemplo, a imagem vencedora (em destaque neste artigo) foi tirada pela fotógrafa Lee-Ann Olwage, em Madagáscar, como parte de um trabalho de longa duração sobre a demência. Mostra Dada Paul, demente há 11 anos, a preparar-se para ir à Igreja, com a sua neta Odliatemix.
“Durante grande parte desse tempo, a sua família presumiu que ele tinha ‘enlouquecido’ ou atribuiu os sintomas ao consumo de álcool. Apenas a sua filha Fara percebeu que havia algo diferente e continuou a cuidar dele”, lê-se na apresentação da imagem.
Poderá visitar a exposição durante um mês, a partir de novembro, até 29 de dezembro, todos os dias, entre as 10 e as 20 horas, na Alameda do Parque dos Poetas, junto ao Anfiteatro Almeida Garrett. A entrada é livre.
Este será o quarto ano consecutivo que Oeiras vai receber a exposição, depois do sucesso registado nas últimas edições. Aos sábados, em paralelo, o público vai poder participar em conversas sobre fotografia, com fotógrafos e fotojornalistas de renome, a anunciar em breve.