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Isaltino Morais: “Linda-a-Velha vai ter uma sala de espetáculos com 1.200 lugares”

A NiO falou com o presidente da Câmara Municipal de Oeiras sobre as novidades e os destaques da vida cultural do concelho.
O concelho aposta fortemente na cultura.

Se há concelho com uma vida cultural ativa, animada e dinâmica é, sem dúvida, Oeiras. Todas as semanas existem diversos programas culturais para fazer em família, sozinho ou com amigos, e com atividades para todos os gostos e idades, que a NiO se empenha em divulgar para que não lhe escape nada. O que não faltam são espaços no concelho a desenvolver iniciativas que enriquecem a vida dos munícipes, seja a nível musical, teatral, literário, artístico, entre outras expressões culturais. 

É certo que este é um município dinâmico ao longo de todo o ano, mas sem dúvida que os meses quentes trazem eventos imperdíveis, muitos deles ao ar livre, que atraem não só os oeirenses, como pessoas de outros concelhos e até estrangeiros. À NiO, o presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, destacou os pontos altos dos próximos meses na vida cultural do concelho

“Está muita coisa a acontecer. Agora em maio começa o Out Jazz que vai trazer música aos jardins oeirenses todos os domingos até setembro. Em junho o grande destaque vai para as Festas de Oeiras, que vão animar o público durante quase três semanas e, ao longo do verão, seguem-se as festas populares de todas as freguesias do concelho. Um dos grandes eventos da temporada será também o festival NOS Alive, no início de julho, no Passeio Marítimo de Algés. E, algo que as pessoas também gostam muito, são as mostras gastronómicas em Oeiras e Paço de Arcos que vão acontecer também em breve”, refere.

A conversa da NiO com o autarca decorreu no dia da inauguração do novo Centro Cultural José de Castro, em Paço de Arcos, que traz à comunidade um auditório com 115 lugares, e que inclui um foyer, palco (amovível), plateia (desmontável), régie em mezanino e ainda três camarins equipados. O espaço foi pensado para ser multifunções.

“Na realidade, não é apenas um teatro, ou um auditório, ou uma sala de conferências, é tudo isso ao mesmo tempo. Queremos que seja um ponto de encontro da comunidade. É para Paço de Arcos, mas é também para todo o concelho todo. A cultura não é limitada no espaço e no tempo, portanto, aquilo que gostaríamos, e para o qual nos esforçamos, é que os diferentes equipamentos culturais do concelho sejam utilizados de alguma forma por toda a comunidade”, reforça o presidente da Câmara. 

Este novo espaço, a que foi dado o nome de um ator nascido em Paço de Arcos, segue a mesma linha de outros presentes no concelho. “O Auditório José de Castro é um espaço intimista, mas que permite que tudo possa acontecer aqui. É um equipamento, à semelhança de outros que temos no concelho, que obedece a uma filosofia de proximidade do cidadão, como é o Teatro Lourdes Norberto em Linda-a-Velha, ou o Teatro Amélia Rey Colaço, em Algés. Temos também os auditórios municipais Ruy de Carvalho e Eunice Muñoz, que já são teatro de maior dimensão, com capacidade para cerca de 300 pessoas”, refere. 

E se Oeiras pudesse ter uma sala de espetáculos com uma capacidade quatro vezes superior? Pois bem, vai acontecer. A 27 de abril, o presidente da Câmara revelou a grande novidade: vai nascer, em Linda-a-Velha, uma sala de espetáculos com capacidade para 1.200 pessoas.

À New in Oeiras, Isaltino Morais, levantou a ponta do véu: “Será um espaço muito maior, mais amplo. Vai ser um grande equipamento, de escala metropolitana e nacional. Posso dizer que será um equipamento próximo do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, ou da Casa da Música do Porto, porque terá essa capacidade”. Por enquanto, está ainda está na fase de projeto, não havendo data para a sua conclusão.

A importância da cultura em Oeiras

Para Isaltino Morais, a cultura é essencial à vida de qualquer cidadão, cidade ou país. E é importante que se criem hábitos culturais desde cedo, para que essa seja uma realidade ao longo da vida. Na agenda mensal do concelho há várias iniciativas culturais destinadas a todas as idades.

As Bibliotecas Municipais de Oeiras, por exemplo, promovem atividades artísticas e literárias para os miúdos todos os fins de semana, as livrarias, auditórios e galerias oeirenses têm sempre novidades e eventos (muitos deles gratuitos) para atrair os adultos, e também os espaços que fazem parte do património histórico do concelho abrem portas a espetáculos, visitas e outras iniciativas para que os munícipes possam aproveitá-los ao máximo.

O empenho do concelho de Oeiras neste campo foi até destacado pelo Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, que marcou presença na inauguração do novo centro cultural. “Nem todas as autarquias têm o mesmo compromisso com a cultura e por isso não posso deixar de agradecer o que tem feito o Município de Oeiras. É através da cultura que criamos a comunidade. É importante construir espaços comunitários de cultura, que são de proximidade, porque é nesses sítios que nos encontramos uns com os outros, algo de que estivemos privados durante a pandemia e percebemos quanta falta fazem”, referiu. 

À New in Oeiras, Isaltino Morais, reforçou esta afirmação. “A cultura é fundamental e o Sr. Ministro disse algo importante, que é a nossa cartilha há muitos anos, pois entendemos que a cultura é para todos. É difícil dar uma definição de cultura, pode ser erudita, popular, mas sejam pessoas com mais ou menos conhecimento, com mais ou menos poder de compra, todos têm direito ao acesso à cultura”, afirma.

E é nesse sentido que a Câmara de Oeiras tem trabalhado, apostando em iniciativas culturais de diferente natureza, para agradar a todos os gostos, mas também para criar o hábito de a população consumir cultura. Para o autarca, é necessário que este seja um trabalho contínuo.

“É preciso criar hábitos culturais. E como é que estes se criam? Com a continuidade. Atualmente, há determinados gostos que têm muito a ver com o hábito e a frequência de determinados modos culturais, ou determinados produtos culturais. Por exemplo, há pessoas que dizem que não gostam de música sinfónica ou clássica, que gostam mais de bandas, marchas, etc, mas talvez se essas pessoas forem habituadas a ouvir música clássica ou assistirem ao espetáculo de uma orquestra sinfónica, podem vir a gostar”, sublinha Isaltino Morais.

Apesar disso, há espaço para todos os gostos e diferentes locais onde cada um pode ganhar forma. “Temos tantos espaços culturais no concelho, que nos permite inclusivamente fazer algumas especializações dos espaços. É provável que, com o tempo, muitos deles sejam vocacionados mais para teatro, outros para música e concertos, outros mais para exposições de artes plásticas, etc”, refere.

“O que é fundamental é que, ao nível de todo o território, possamos oferecer produtos culturais com permanência, com continuidade, para que as pessoas se habituem a frequentá-los e consumi-los. É assim que conseguimos refinar o gosto, é assim que criamos condições para que as pessoas passem a gostar de uma determinada atividade cultural”, conclui o presidente. 

Aproveite para ver algumas imagens da inauguração do Centro Cultural José de Castro, situado no antigo quartel dos bombeiros de Paço de Arcos.

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