cultura

Fãs de thrillers históricos, há mistérios por descobrir no novo livro deste escritor oeirense

“O Segredo de Lourenço Marques” é a mais recente obra de Eduardo Pires Coelho. Já chegou às livrarias.
Já está disponível.

Se algum dia escrever uma autobiografia, certamente que as aventuras passadas em África vão ocupar vários capítulos e, mesmo assim, muito ficará por contar. No entanto, até agora, Eduardo Pires Coelho tem-se dedicado a escrever romances e thrillers históricos, com narrativas centradas em países que bem conhece e mistérios por desvendar. 

O escritor, de 50 anos, vive atualmente em Miraflores. Licenciado em Gestão de Empresas na Universidade Católica, trabalha há vários anos no mercado financeiro. Paralelamente à sua atividade profissional, o gosto pela escrita foi ganhando espaço, em grande parte devido a duas paixões que tem desde muito novo: a leitura e acontecimentos históricos.

“Desde a minha adolescência, que gosto muito de ler, adoro thrillers e ação, e sempre me interessei muito pela História. A vontade de escrever surgiu ainda na juventude, mas depois a carreira profissional foi dificultando o tempo de escrita”, conta à NiO. Atualmente, tem um projeto mais pessoal, conseguindo conciliar as duas vertentes. 

Quanto à inspiração por detrás das obras, Eduardo revela: “Gosto muito de viajar por todo o lado e tenho especial curiosidade pela presença portuguesa no mundo. Interesso-me especialmente pelos mistérios da História de Portugal e tento explorar, de forma ficcionada, os enigmas da nossa história”. 

O autor confessa à NiO que passa muito tempo em arquivos históricos, numa investigação essencial para dar credibilidade à escrita e fazer com que os leitores consigam viajar até outros tempos. “A pesquisa-me inspira-me e a inspiração leva-me a mais pesquisas. É um processo simultâneo”, aponta Eduardo que viveu, durante alguns anos na África do Sul, período fértil para a criatividade. “Viajava muito por África, conheci Moçambique de norte a sul”, revela.

Em 2011 conseguiu lançar a sua primeira obra, “O Segredo da Flor do Mar”, publicado pela editora Esfera do Caos. O livro, tal como os que se seguiram, contou com uma grande investigação por parte do autor, partindo do naufrágio de uma nau portuguesa no estreito de Malaca, comandada por D. Afonso de Albuquerque, cujos despojos nunca foram encontrados. A obra conquistou o público e a crítica, já que venceu o Prémio Literário Esfera das Letras 2010.

Em 2020, chegou às livrarias o seu segundo livro. “Taprobana”, editado pela Oficina do Livro, do grupo LeYa, caracteriza-se como um thriller histórico, onde o presente se encontra com o passado, partindo igualmente de um mistério por resolver. 

Quatro anos depois, em junho deste ano, é lançado o terceiro livro de Eduardo Pires Coelho. O thriller histórico, intitulado “O Segredo de Lourenço Marques”, é editado também pela Oficina do Livro e, mais uma vez, está recheado de ação, aventura, intrigas e, claro, mistérios ligados à história de Portugal pelo mundo. 

Fotografia tirada pelo autor, no Forte da Giribita.

Esta nova obra tem duas histórias, dois tempos, que se vão interligando. A narrativa decorre entre o presente e o passado, no período de 1894 a 1902, época em que se definiram as fronteiras de Moçambique, após o Ultimato Britânico. Lourenço Marques passou a ser a nova capital, substituindo a Ilha de Moçambique. Meses depois, começava a Guerra dos Boers, na atual África do Sul, acontecimento que moldou a identidade de ambos os países. “É um período crucial da História de Portugal”, refere Eduardo.

“A personagem principal é a mesma do primeiro livro. É o filho de um historiador português, que nasceu em Moçambique, e pega nas pesquisas antigas do pai, vai seguindo as informações para conseguir encontrar algumas respostas que procura”, conta. 

Na sinopse, podemos ler: “Meses depois de Lourenço Marques passar a capital de Moçambique, a guerra deflagrou no outro lado da fronteira, marcando o destino de Miguel e Maria Teresa. Terminada a investigação a uma antiga embarcação portuguesa naufragada no Estreito de Malaca, Filipe recebe um telefonema enigmático de um grande empresário sul-africano. Este pede-lhe que descubra o paradeiro de três passageiros clandestinos de um cargueiro português, o Angoche, que, em 1971, foi encontrado a arder ao largo de Moçambique sem ninguém a bordo”. 

“A busca levará Filipe a vários países africanos, mas também ao tempo em que Lourenço Marques florescia com a nova linha férrea e o Império Britânico combatia as repúblicas boers para se apoderar da sua riqueza, guerra em que um português chamado Miguel Ferreira acabaria por envolver-se, antes de regressar à Ilha de Moçambique para desposar Maria Teresa, a mulher da sua vida. Mas que mistério liga este homem nascido no século XIX aos homicídios obscuros que Filipe descobre ao longo das suas viagens? E, apesar das ameaças de morte e do preço que pode vir a pagar, deve realmente continuar a sua pesquisa?”, conclui a apresentação da obra. 

Para descobrir as respostas, terá de ler “O Segredo de Lourenço Marques”. Encontra a obra em algumas livrarias do concelho, como a BooksLive, em Oeiras, ou a Livraria Espaço, em Algés. Pode também comprá-lo online. Custa 17,90€. No futuro, Eduardo Pires Coelho quer continuar o que tem feito, explorando “a história ultramarina e mistérios sem explicação”. Pode segui-lo no Instagram e Facebook para ir acompanhando o seu trabalho.

Eduardo Pires Coelho.

MAIS HISTÓRIAS DE OEIRAS

AGENDA