Tiago Maya é oeirense, fotógrafo e criador de conteúdos. Desde miúdo que a sua vida gira em torno da fotografia e isso sente-se na sua voz. “Sou apaixonado por fotografia. Nem sou uma pessoa de transpirar muito e não faço muito desporto. Onde eu queimo calorias é no trabalho [risos]. Dedico-me de corpo e alma e estou sempre num frenesim por ser bastante perfecionista”, conta-nos.
A história começou aos “oito ou nove anos”, quando a avó lhe ofereceu uma câmara fotográfica. Desde então que Tiago documenta tudo o que o rodeia. Estávamos na era do analógico e os pais queixavam-se, claro, do dinheiro que tinham de gastar em rolos, recorda o artista.
“O digital só surge quando eu já estou em contexto laboral.”
Tiago Maya, que tem 40 anos, estudou Fotojornalismo, publicidade e moda na ETIC, entre 1998 e 2001. Mais tarde, estudou ainda design gráfico. Hoje, considera-se um mixed media artist.
Foca-se na fotografia, no design e na ilustração e trabalha com várias agências de publicidade. Porém, foi na coquetelaria e na F&B (Food & Beverage) que acabou por se especializar nos últimos anos. É fotógrafo ‘oficial’ da Bacardi, incluindo todas as marcas do grupo, desde 2016, e já fez trabalhos para empresas como a LG, a Sonae, ou a “Vogue”.
Um dia normal de trabalho passa por “muita pesquisa, reuniões e networking”. Com a pandemia, e o setor da restauração a ser fortemente impactado, Tiago tem-se focado ainda mais no networking. “Ao início foi complicado, mas este último mês até tive muito trabalho. Vários espaços estão a apostar no digital e contratam-me.”
E um dia de sessão? “Pode durar meio dia, um dia, ou mais. Gosto sempre de conhecer muito bem a pessoa que vou fotografar, ou aquilo que vou captar. Se for um bartender, por exemplo, chego uma hora antes para conhecê-lo melhor. Se for um cocktail, preciso de saber e conhecer todos os passos que envolvem a sua confeção e provar. Analiso também o copo em que é servido e estudo bem o enquadramento.”
O objetivo é criar um clima e captar esse ambiente, para isso é necessário criarem-se laços. “Para mim, o que define uma boa imagem é a qualidade do momento.”
Mas nem só de fotografia e styling de comida se faz a sua carreira. Tiago Maya ingressou no curso da ETIC, ainda em tempos de analógico, com o objetivo de ser fotojornalista. “Era jovem, tinha imensa energia. Queria salvar o mundo, ir para zonas de guerra, contar a história das pessoas que lá estavam.”
Depois do curso, estagiou no “Diário de Notícias” e, em 2010, decidiu fazer mais um estágio. “Candidatei-me à agência norte-americana VII Photo, com sede em Brooklyn, e fui para lá três meses.” Os contactos que fez valeram-lhe, este ano, três publicações no jornal americano “Washington Post”. A primeira, para um guia sobre Lisboa, as outras duas sobre o seu olhar em relação à pandemia no nosso País.
De seguida, carregue na galeria e conheça melhor o trabalho de Tiago Maya. Também é possível acompanhar os projetos na sua página de Instagram.