“Vertigo” ou “A mulher que viveu duas vezes”, título escolhido em Portugal, é um daqueles clássicos do cinema que toda a gente já viu pelo menos uma vez ou, caso ainda não tenha visto, está na lista de filmes imperdíveis a ver em breve. Lançado em 1958, é considerado uma das obras-primas de Alfred Hitchcock.
Traduzindo literalmente, a palavra inglesa “vertigo” significa “vertigem”, um mal de que sofre o protagonista John Ferguson, interpretado por James Stewart. Contratado por um velho amigo para seguir a mulher Madeleine (Kim Novak), o ex-polícia acaba por desenvolver uma paixão obsessiva por ela.
O filme é especialmente famoso entre cinéfilos devido aos efeitos e truques com a câmara que Hitchcock utilizou para transmitir aos espectadores as vertigens da personagem principal. Uma história de obsessão e desejo, que o realizador filmou nas ruas de São Francisco e que, em 2012, foi eleito como o melhor filme de todos os tempos, pela prestigiada revista britânica “Sight & Sound”.
“De dez em dez anos a revista ‘Sight & Sound’ organiza um inquérito entre críticos de cinema, de onde sai uma lista com os 100 melhores filmes de sempre. Durante a última década, até dezembro de 2022, ‘A Mulher Que Viveu Duas Vezes’, de Alfred Hitchcock, estava em primeiro lugar dessa lista, tendo ultrapassado ‘O Mundo a Seus Pés’, de Orson Welles, que se manteve no primeiro lugar durante 50 anos”, afirma Frederico Corado, filho do cineasta Lauro António, a propósito da continuação de um programa cinematográfico que o pai tinha delineado antes de falecer, em 2022.
Desde 2018 que decorrem semanalmente, em Oeiras, exibições de filmes escolhidos a dedo por Lauro António, em masterclasses do cinema que já tiveram vários temas, desde os anos 80 às películas favoritas do cineasta. Depois da sua morte, o município de Oeiras decidiu dar continuidade ao projeto, como tributo à carreira do professor, crítico, ensaísta e dinamizador cultural.
Para 2023, o tema escolhido foi “Redescobrir Alfred Hitchcock“. É Frederico Corado que explica esta seleção. “Curiosamente o meu pai tinha deixado preparada esta masterclass sobre Hitchcock de forma a que a sua obra pudesse ser vista praticamente na íntegra. Ficam a faltar apenas dois filmes do início de carreira”, refere. “Continuamos com o trabalho que o meu pai construiu desde sempre, o de mostrar bom cinema e quem o faz. Ver, falar e escrever sobre cinema foi no que o meu pai trabalhou a vida toda. Nós vamos tentar continuar esse trabalho e que melhor forma para o fazer que com aquele que foi um dos grandes realizadores da história do cinema?”, conclui.
Este mês, há cinco filmes para ver, todos dos anos 50 do século XX. Entre eles está, então, “Vertigo” que reúne uma pontuação de 8.3 no IMDb, ocupando a 103.ª posição no top dos 250 melhores filmes, cuja avaliação é feita pelo pelos próprios utilizadores do site, que é uma das grandes bases de dados online sobre cinema, TV e muito mais.
Conheça a programação de outubro.
3 de outubro
“O Terceiro Tiro” (The Trouble with Harry) de 1955, com John Forsythe, Shirley MacLaine e Edmund Gween.
10 de outubro
“O homem que sabia demais” (The man who knew too much) de 1956, com James Stewart, Doris Day e Bernard Miles.
17 de outubro
“O falso culpado” (The wrong man) de 1956, com Henry Fonda, Vera Miles e Anthony Quayle.
24 de outubro
“A mulher que viveu duas vezes” (Vertigo) de 1958, com James Stewart, Kim Novak e Barbara Bel Geddes.
31 de outubro
“Intriga Internacional” (North by Northwest) de 1959, com Cary Grant, Eva Marie Saint e James Mason.
As sessões decorrem todas as terças-feiras, pelas 16 horas, no Auditório Municipal Maestro César Batalha, nas Galerias do Alto da Barra, em Oeiras. A entrada é gratuita, mas está limitada aos lugares disponíveis. É necessário levantar uma senha meia hora antes do início de cada sessão. Se tiver dúvidas ou quiser obter mais informações, saiba que pode fazê-lo através do email carlos.pinto@nulloeiras.pt ou do número de telefone 214 408 565.