De grande importância arquitetónica e artística, a Casa-Museu Igrejas Caeiro foi recentemente aberta ao público, para que todos possam ficar a conhecer melhor a vida e obra desta figura incontornável da cultura e política do século XX, em Portugal, numa retrospetiva que passa pelos seus tempos da rádio, teatro e cinema. É, por isso, com alegria que os oeirenses vêem este espaço ser palco de eventos culturais, com uma programação que pretende fazer jus ao legado que ali habita.
Um dos próximos eventos acontece já este sábado, 24 de junho. A Casa-Museu Igrejas Caeiro recebe a segunda edição das Talks Improváveis, um ciclo de conversas promovido pela radialista Sandra Pimenta e pela gestora de carreiras, Susana Miranda. Desta vez, as convidadas são a jornalista e pivô da SIC, Clara de Sousa (que também mantém um site onde partilha receitas e dicas de bricolage) e a gestora Marta Graça Ferreira, presidente do Conselho de Administração da Real Vida Seguros.
“Cada convidada escolhe uma palavra como mote para uma conversa/debate com o público, que coloca as suas questões. Diferentes perspetivas acendem diferentes modos de ver e sentir, sublinhando que tudo se cruza e relaciona. Cada sessão tem um tema, a partir de uma palavra, citação, ideia ou conceito”, explica Sandra Pimenta, que apresenta o programa “Mulheres.com”, na Rádio Marginal.
Num ambiente intimista, no espaço da biblioteca da casa, a conversa tem início marcado para as 17 horas. A entrada é gratuita, mas é necessário fazer uma inscrição prévia, através do email hr@nullsusana-miranda.com. A Casa-Museu Igrejas Caeiro fica na Av. Tomás Ribeiro, nº 18, em Caxias. É uma excelente oportunidade para conhecer este património arquitetónico e cultural, caso nunca lá tenha ido.
Construída em 1958 no Alto do Lagoal, em Caxias, a casa onde viveu e trabalhou Francisco Igrejas Caeiro (1917-2012), famoso ator e locutor de rádio, que ali criou o seu próprio estúdio radiofónico onde fazia transmissões e gravações, foi transformada na Casa-Museu Igrejas Caeiro, como era desejo do próprio. Projetada pelo Arquiteto Keil do Amaral, em pleno Estado Novo, foi descrita pela imprensa, na época, como uma “vivenda de estilo hollywoodiano”.
Ocupando uma área de 4500 metros quadrados, a moradia foi deixada em testamento pelo proprietário à Fundação Marquês de Pombal, em Oeiras, com a condição de ser musealizada e o seu valioso espólio documental colocado à disposição da comunidade. Foi, então, requalificada e recentemente aberta ao público. Conta com cerca de 3500 livros, todos catalogados pela Biblioteca Municipal de Oeiras, e quase três mil discos de vinil, que estão agora acessíveis a todos, como era a vontade de Igrejas Caeiro.