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Assinante processa Netflix por causa da má qualidade do combate entre Mike Tyson e Jake Paul

Um norte-americano deu entrada com uma ação coletiva que pede uma indemnização de 48 milhões de euros.
O combate foi transmitido na Netflix.

A 16 de novembro, 72 mil pessoas reuniram-se em Arlington, no Texas, EUA, para assistir ao combate entre o ex-campeão de boxe Mike Tyson, de 58 anos e o youtuber Jake Paul, de 26 anos. O espetáculo foi transmitido em direto na Netflix, num especial que arrancou à uma da manhã, hora de Portugal, e juntou um total de 108 milhões de telespectadores. Mas, nem todos parecem ter gostado do espectáculo.

Um norte-americano decidiu processar a plataforma de streaming pelo conteúdo “inadmissível de ser visto”. Ronald “Blue” Denton deu entrada com uma ação coletiva avaliada em 48 milhões de euros, num Tribunal da Florida, na segunda-feira, 18 de novembro, segundo avançou o jornal “The Economic Times”. O norte-americano acusa a Netflix de não ter proporcionado uma transmissão com a qualidade exigida. 

Acusa a Netflix de estar “lamentavelmente mal preparada” para a elevada procura do evento desportivo que marcava o regresso profissional de Mike Tyson ao ringue desde que terminou a carreira em 2005. Denton junta-se a outros assinantes do serviço que denunciam falhas técnicas durante a transmissão, como “apagões, atrasos e imagens congeladas”.

“Os clientes da Netflix tiveram problemas enormes de streaming e deveriam ter percebido isso melhor porque o mesmo já tinha acontecido antes. Em vez de providenciar a programação para a qual os seus espetadores pagam todos os meses, a Netflix estava completamente despreparada e incapaz de resolver os problemas”, lê-se no processo, citado pelo USA Today Sports.

“Um circo sem classe”

O combate foi muito esperado pelos fãs e entusiastas. Porém, aquilo com que os espetadores se depararam, não foi o duelo lendário que vinha a ser prometido nas redes sociais, mas “uma luta triste e abjeta”, segundo o “The Guardian”.

Nos últimos momentos da luta, Paul olhou para Tyson e baixou os braços para fazer uma reverência ao homem que tinha à sua frente. Tornou-se claro, naquele momento, que Tyson já não é o glorioso campeão das décadas de 80 e 90, mas sim um homem com um longo histórico de problemas de saúde, assim como anos de abuso de drogas e álcool.

“Este foi o único momento digno de um circo sem classe, um espetáculo sombrio que demonstrou onde a modalidade do boxe está neste momento”, escreveu a revista “Rolling Stone Australia”, após a transmissão. “O Iron Mike foi até o fim, sem dúvida inesperadamente, mas a dupla lutou e fez shadowboxing por oito rounds curtos de uma luta medíocre.”

As críticas fizeram-se sentir nas redes sociais. “O verdadeiro derrotado desta luta foi a Netflix”, escreveu um utilizador irritado no X (antigo Twitter). “Perda de tempo, encenado e triste”, “a luta mais dececionante de todo o card” e “uma piada completa” foram outros dos comentários feitos por fãs do desporto.

No final, alguns dos fãs presentes no local, aborrecidos com a falta de ação, acabaram por sair mais cedo da arena. Segundo a “Rolling Stone”, “uma grande luta de boxe aconteceu esta noite, mas não envolveu Jake Paul ou Mike Tyson”. A revista referia-se à vitória da irlandesa Katie Taylor contra Amanda Serrano, de Porto Rico, no combate que antecedeu a chegada dos cabeças de cartaz.

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