“Vejam o que eu fiz durante esta vida, com este corpo. Sou uma garota dos campos de algodão. Superei-me e ultrapassei aquilo que não me foi ensinado”, desabafa Tina Turner no arranque do trailer de “TINA”. O filme é a peça documental que faltava à artista norte-americana, que teve a possibilidade de vê-lo ainda em vida.
Tina Turner morreu esta quarta-feira, 24 de maio, na sua casa na Suíça, vítima de doença prolongada. Talvez o pior pretexto possível para ligar a HBO Max e espreitar a louca viagem da vida da cantora, em menos de duas horas.
O documentário foi lançado em março de 2021, com uma história contada na primeira pessoa por Tina, com recurso a um arquivo de muitas horas de performances nos primeiros anos de carreira. Foi, aliás, a oportunidade perfeita para mostrar, pela primeira vez, algumas filmagens que nunca haviam sido reveladas.
Realizado por Dan Lindsay e T.J. Martin, o documentário incide, claro, sobre os anos de abuso sofridos às mãos do primeiro marido e parceiro musical Ike Turner, que faleceu em 2007. “Ainda me magoa recordar esses tempos”, confessa no filme. “Mas, a certa altura, o perdão torna-se inevitável”.
A produção relata também a forma como foram produzidos os grandes êxitos musicais “Proud Mary” e “River Deep — Mountain High”, bem como os temas lançados mais tarde na carreira. E, claro, além da própria Tina Turner, conta com entrevistas a pessoas próximas e influentes, como o caso da atriz Angela Bassett, o jornalista Kurt Loder e a apresentadora Oprah Winfrey.
O documentário, bem recebido pela crítica, é elogiado pela coleção de “performances eletrizantes” que recorda, e também por servir como um “digno adeus em vida”, numa altura em que Tina já revelava estar frágil de saúde. “
