No início de 2024, o Auditório Municipal José de Castro, que faz parte do novo Centro Cultural de Paço de Arcos, assumiu o compromisso, com a comunidade, de ter matinés de cinema todos os domingos. A escolha dos filmes teve por base um projeto criado para dar continuidade ao trabalho do cineasta Lauro António, que colaborava com o Município de Oeiras, na missão de dar a conhecer ao público algumas das melhores obras do cinema, na sua opinião.
Assim, para “Redescobrir Alfred Hitchcock”, a população local vai poder assistir a 50 filmes do realizador britânico, muitos deles que nunca chegaram ao cinema, por cá, na época em que foram lançados. As obras estão a ser exibidas por ordem cronológica, num plano que está agora à responsabilidade do seu filho, Frederico Corado, também encenador e realizador.
“A sua filmografia é das que maior coerência ostenta em toda a história do cinema. Hitchcock era homem de convicções fortes, de obsessões firmes, de temática constante, de um rigor formal e estilístico que assombravam. Ainda hoje a maioria dos seus filmes não se deixou corromper por uma ruga, não envelheceu um minuto e mantém uma modernidade de olhar e de construção que espantam. Hitchcock abordou os assuntos do seu tempo, mas interessou-se sobretudo pela condição humana. O que é eterno”, afirma Corado.
Este ciclo de cinema entra agora no segundo trimestre, com a promessa de mais 13 filmes, lançados entre 1934 e 1941. Entre eles está “Desaparecida!”, um dos últimos filmes de Hitchcock no seu período britânico (o último seria o seguinte, “A Pousada da Jamaica”), antes de rumar a Hollywood. A obra traz-nos a história de uma jovem rica e mimada que, ao viajar num comboio pela Europa, a caminho de Inglaterra, conhece uma simpática senhora. O problema é que, eventualmente, esta desaparece e todos no comboio negam a sua existência.
Este filme é, para muitos, uma verdadeira lição de cinema de entretenimento, com mistério, comédia e suspense. Poderá também ver ou rever “Suspeita”, com o grande galã do cinema clássico, Cary Grant (1904-1986). Conheça a programação de abril, maio e junho.
7 de abril
“O Homem Que Sabia Demasiado” (“The man who knew too much”), de 1934, com Leslie Banks, Edna Bes e Peter Lorre.
14 de abril
“Valsas de Viena” (“Waltzes From Vienna”), de 1934, com Esmond Knight, Jessie Matthews e Edmund Gwenn.
21 de abril
“Os 39 Degraus” (“The 39 Steps”), de 1935, com Robert Donat, Madeleine Carroll e Lucie Mannheim.
28 de abril
“Os 4 Espiões” (“Secret Agent”), de 1936, com John Gielgud, Peter Lorre e Madeleine Carroll.
5 de maio
“À 1 e 45” (“Sabotage”), de 1936, com Sylvia Sidney, Oskar Homolka e John Loder.
12 de maio
“Jovem e Inocente” (“Young and Innocente”), de 1937, com Nova Pilbeam, Derrick de Marney e Percy Marmont.
19 de maio
“Desaparecida!” (“The Lady Vanishes”), de 1938, com Margaret Lockwood, Michael Redgrave e Paul Lukas.
26 de maio
“A Pousada da Jamaica” (“Jamaica Inn”), de 1939, com Charles Laughton, Maureen O’hara, Leslie Banks.
2 de junho
“Rebecca” (“Rebecca”) de 1940, com Joan Fontaine, Laurence Olivier e Judith Anderson.
9 de junho
“Correspondente de Guerra” (“Foreign Correspondent”) de 1940, com Joel McCrea, Laraine Day e Herbert Marshall.
16 de junho
“O Sr. e a Sra. Smith” (“Mr. and Mrs. Smith”) de 1941, com Carole Lombard, Rober Montgomery e Gene Raymond.
23 de junho
“Suspeita” (“Suspicion”) de 1941, com Cary Grant, Joan Fontaine e Nigel Bruce.
30 de junho
“Sabotagem” (“Saboteur”) de 1942, com Priscila Lane, Robert Cummings e Otto Kruger.
Todos os domingos, às 15h30, poderá então conhecer ou rever uma das obras do mestre do suspense. A entrada é livre, mas limitada aos lugares disponíveis. As senhas começam a ser distribuídas a partir das 15 horas (máximo de duas por pessoas).
Para mais informações pode contactar o número 214 408 565 ou o email carlos.pinto@nulloeiras.pt. O auditório Municipal José de Castro fica na Avenida Senhor Jesus dos Navegantes, em Paço de Arcos.