O hábito de pesarmos frutas, pão, carne e outros alimentos para fazer as contas das nossas compras é uma realidade que não surpreende ninguém. Contudo, é menos comum quando falamos de roupa. Comprar roupa ao quilo pode parecer estranho, mas este conceito, explorado agora pela RAK, é novidade no concelho.
A New in Oeiras esteve à conversa com Nuno Santos, jovem que faz parte do projeto, para conhecermos um pouco mais sobre a loja e sabermos tudo sobre este conceito inovador. “É algo recente, pelo menos em Portugal e creio que em Oeiras somos os únicos”, conta.
Tudo começou graças a Sofia Guerreiro, mãe de Nuno, que desde cedo incentivou e inspirou o filho com várias ideias inovadoras e negócios diferentes “nós vivíamos no entroncamento e lembro-me desde pequeno perceber que a minha mãe era uma empreendedora de nascença — já perdi a conta dos negócios que quis abrir e que já teve”, confessa o filho.
Com o avançar do tempo, Nuno veio viver para a capital e trabalha como assistente de bordo desde 2018. Por sua vez, Sofia, decidiu emigrar para os Países Baixos e consigo levou o gosto pelos negócios, tendo aberto lá uma loja com roupa em segunda mão.
Decorridos sete anos, as saudades de “casa” obrigaram Sofia a regressar a Portugal, e Oeiras foi o destino escolhido para viver. “Já tinha aqui a minha casa, disse à minha mãe que adorava a zona, então ela decidiu vir para cá também”, conta o jovem de 26 anos.
De regresso a Portugal, em janeiro de 2025, Sofia procurou continuar a trabalhar na área do vestuário. O seu gosto por roupa em segunda mão, motivado também pelas questões ambientais, fê-la apostar no mesmo conceito que tinha explorado nos Países Baixos, e trazê-lo para Oeiras.
“Ela [Sofia] sempre adorou roupas antigas, quando decidiu voltar, disse logo que fazia sentido trazer as peças que tinha na loja para abrir um espaço aqui”, confessa o filho. E assim foi. Entre várias viagens e serviços de transportes de mercadoria, trouxe para Portugal o stock que tinha na sua loja, um total de quatro toneladas de vestuário, incluindo acessórios.
“Não chegamos a trazer a roupa toda, tivemos de fazer uma seleção das peças, ver as que estavam em melhor estado e tentar perceber as que iam funcionar melhor cá”, conta Nuno.
Apesar da “mudança” de loja, Sofia queria manter o conceito da venda ao quilo, não só por ser pouco habitual, mas também por facilitar a “troca comercial”, assim os vendedores não perdem tempo a atribuir valores às peças “é algo recente, em Portugal não é uma prática comum e contribui também para combater o consumo de fast fashion, assim damos outra vida às peças que as pessoas têm no armário esquecidas, muitas delas ainda com etiquetas”, diz.
Ver esta publicação no Instagram
Nuno juntou-se ao projeto pela necessidade de ajudar a mãe e, porque considera que esta ideia é muito direcionada para a juventude. “É, no fundo, um projeto familiar, somos sócios. Decidi ajudar com as redes sociais, porque também acho que é algo muito direcionado para uma camada mais jovem. E já sentimos isso, só com a loja aberta há uma semana”, afirma.
A RAK conta com vestuário de mulher, homem, miúdos e até recém-nascidos. “Também acessórios, como bijuteria, carteiras de senhora e gravatas.” Por lá pode encontrar peças de vários estilos, desde artigos desportivos a roupa mais formal. “A única coisa que não temos é calçado, porque é muito difícil de encontrar um produto de qualidade e nós fazemos sempre uma revista dos artigos antes de os colocar à venda”, conta Nuno à NiO.
De momento, o espaço vende apenas as peças que já tinha, em stock. No entanto, o jovem garante que aceitam doações e até a troca de peças por vales de desconto “neste momento, temos muita coisa que precisamos de escoar”, mas aceitamos doações. Estamos até a criar um sistema em que as pessoas trazerem roupa que não usam e trocamos por vales em loja, ou seja, em vez de custar 10€, o quilo fica apenas por 5€”, garante.
Dividida por duas secções, a loja tem uma área com peças expostas, penduradas em cabides, e outra num estilo feirante, espalhada numa caixa, “acredito que assim é especial, a graça é mesmo essa — encontrar uma peça que os outros não encontraram”.
Para aqueles que não conhecem o método da venda ao quilo, Nuno fez questão de explicar “é muito simples, temos um cesto que cada pessoa enche com a roupa que quer levar e quando chega à caixa, coloca a roupa numa caixa em cima da balança. A balança é daquelas típicas de mercado, é feito o peso e o ajuste do preço”. Um quilo de roupa na RAK custa 10€.
Carregue na galeria para ver mais imagens da nova loja de roupa em segunda mão de Oeiras.