São as horas que marcam os nossos dias, rotinas e compromissos, desde as refeições aos momentos de trabalho e lazer. Mas ainda se lembra de quando teve que aprender a ler um relógio analógico? Da dificuldade de perceber o que significavam os números e a lógica dos ponteiros? Pode ser confuso para os mais pequenos, quando ainda estão a assimilar como funciona o mundo.
O Kidocky chegou, precisamente, para ajudar neste processo. Trata-se de um relógio original que, em vez das habituais 12 horas, usa um motor de 24 horas, e onde os números foram substituídos por animais. As horas são representadas por 24 animais e os minutos por quatro meios de transporte como carro, barco, avião e bicicleta, que indicam os quartos de hora.
Para os adultos pode parecer estranho, mas a verdade é que este mecanismo ajuda os mais novos a perceberem os horários das suas atividades diárias e ganharem noção do tempo, tornando possível aos miúdos, entre os três e os sete anos, entender graficamente a estrutura de um dia inteiro muito antes de conhecerem as formas numéricas.
Os mais pequenos percebem que o dia começa algures na “Hora do Galo” e que almoçam na “Hora do Leão”. À medida que o ponteiro vai chegando à “Hora da Zebra” sabem que está a chegar o momento da sesta e que quando, por exemplo, o ponteiro em forma de pata de animal, apontar para o macaco, está na hora do pai ou a mãe ir buscá-lo à escola.
Desenvolvido em parceria com pedagogos, o facto de o ponteiro deste relógio ser movido por um motor de 24 horas (dá apenas uma volta completa por dia e não duas como os relógios habituais), possibilita aos miúdos perceber o dia (por cima) e a noite (por baixo), já que toda a estruturação de um dia completo fica muito mais simples de assimilar.
Segundo a marca, os conceitos de “antes/depois”, “manhã/tarde/noite”, “almoço/lanche/jantar”, entre outras rotinas e períodos do dia, tornam-se mais naturais e intuitivos de perceber. Esta capacidade de previsão da sucessão dos eventos ao longo do dia acaba por dar aos pequenos uma importante sensação de segurança.

Como surgiu a ideia
João Moura, engenheiro, e Marcelo Caetano, designer, são os pais (e sócios) por detrás da marca. Juntos, criaram a Kidock Stuff, uma start up sediada em Oeiras, onde vivem, que nasceu durante a pandemia, “fruto de um confinamento muito proveitoso em experiências parentais”, contam os responsáveis.
Ambos com filhos pequenos e a sentir a necessidade de criar rotinas alimentares, entre outros, pensaram: “E se as crianças conseguissem, autonomamente, identificar as horas em que devem comer ou cumprir outras rotinas diárias?”. Foi a partir desta premissa que os dois amigos decidiram desenvolver, então, esta ferramenta útil para pais e educadores, com o objetivo de “promover um impacto positivo no crescimento e desenvolvimento das crianças de hoje, e das próximas gerações, através de ferramentas que potenciam a sua autonomia, responsabilidade e autorregulação”.
Depois de dois anos a desenvolver o projeto e de vários meses a testar o produto com famílias-teste, a definir a posição dos animais e todo o layout, o Kidocky foi finalmente lançado em março deste ano. “O Kidocky não é um brinquedo decorativo, é mesmo um relógio, funciona, e à exceção do motor, é produzido por nós, artesanalmente, aqui em Oeiras”, conta à NiO, Marcelo Caetano.
A pensar nos miúdos, o Kidocky tem 40 centímetros de diâmetro, o que facilita a visualização dos animais, dos meios de transporte e dos ponteiros. Feito em bétula, os desenhos originais são da autoria do ilustrador Paulo Goulão.
Com a certeza de terem criado um projeto inovador e muito útil, decidiram apresentar o projeto ao Departamento de Educação da Câmara Municipal de Oeiras, que rapidamente acolheu a ideia de distribuir Kidockys nas 65 salas de jardins de infância da rede pública do concelho, reconhecendo o potencial do projeto na área da educação.
Com orgulho, os criadores da Kidocky têm, desde outubro, desenvolvido o projeto no âmbito escolar. Começaram por fazer sessões com educadoras para partilhar informação e métodos de utilização, para que estas pudessem compreender a pedagogia por detrás do Kidocky. Esta semana, na terça-feira, dia 14 de novembro, decorreu já a quarta sessão, numa escola em Carnaxide.
“Através da Divisão de Desenvolvimento da Política Educativa foram efetuadas sessões de informação sobre o Kidocky e a sua utilização em sala, pelo que atualmente já existem jardins de infância a estruturar o seu dia com o Kidocky na parede. No futuro, quem sabe, pode também chegar às IPSS e ao 1.º ciclo, até”, afirma Marcelo Caetano.
Além das escolas, o Kidocky está disponível para uso caseiro e familiar. Custa 44,90€. Para saber mais sobre o funcionamento, a pedagogia, e todas as restantes características deste relógio especial, visite o site do Kidocky, onde também encontra a loja online. A Kidocky está também presente no Facebook e Instagram.
De seguida, carregue na galeria para ver algumas imagens do Kidocky e conhecer os seus criadores.