Quem tem por hábito passear pelo Oeiras Parque, facilmente decora o lugar de cada loja e está a par de todas as novidades. Mas sabe qual a loja que está em frente ao Santini, no piso 2? Se pensou na Mango Men, não está totalmente errado.
Pela primeira vez, o shopping da linha abriu uma exposição de arte numa loja: a Galeria de Arte João Feijó fica no lote 20 24 , até 31 de dezembro. “A minha exposição chama-se ‘Vem’ e o objetivo é mesmo esse: convidar os oeirenses e visitantes do centro comercial para passarem por aqui e apreciarem arte”, afirma João Feijó, de 62 anos.
A última vez que o artista expôs no concelho foi em 2014, no Palácio do Egipto. Desta vez, a oportunidade surgiu num local pouco comum. “Já tinha vendido esta ideia ao grupo Sonae há algum tempo. Fui pioneiro nesta ideia de ‘ocupar’ lojas de shoppings com exposições. A primeira vez foi em julho do ano passado, no CascaiShopping”, conta.
O conceito passa por aproveitar espaços em transição, isto é, lojas que fecharam e estão à espera que uma nova marca utilize o espaço. “A ideia é aproveitar esse tempo e, em vez de panos e lojas tapadas, temos arte”.
Desde o dia 1 de outubro é possível contemplar, e até comprar, cerca de 70 obras do artista português no Oeiras Parque, com preços que variam entre 125€ aos 7.500€. Entre as diferentes obras, há uma coleção de pinturas a aguarela do Alentejo, uma coletânea intitulada de “Dancing Coares”, peças da exposição Comporta e até figuras femininas da coleção “My ladies”.
“Tentei trazer várias e diferentes peças, para agradar todos os gostos. Penso que a obra que mais gosto é a “Faces of the World”, uma aguarela grande, com muita criatividade, e que já esteve na Menção Honrosa no Casino Estoril”.
Pode visitar a exposição todos os dias, de forma gratuita, das 9 às 22 horas. “Tenho tido muitas visitas e acho cada vez mais importante aliar a cultura ao lazer”.
Os primeiros passos como artista
João viveu grande parte da vida em Oeiras e, apesar de considerar ter alma de artista, foi em 1984 que começou oficialmente a trabalhar como pintor. “Com sete anos pintava em casa, imitava o meu pai, arquiteto, e ia adquirindo as bases”.
Em 1994 estudou pintura, joalharia, fotografia, escultura e, mais tarde, atraiu as atenções de um artista de renome. “Quem me descobriu foi José Maria Pereira da Fonseca. Pegou em mim e convidou-me para trabalhar com ele. E fou assim durante 10 anos”, recorda.
“Uns anos depois comprei uma galeria em Lisboa, onde fiquei durante 17 anos. Agora tenho um estúdio em Cascais”, revela o artista que se considera freestyle, já que pinta um pouco de tudo, desde figuras, paisagens, abstrato a pinturas conceptuais.
“Em 2010 tive duas peças sobre o Alentejo expostas no Museu do Louvre, em Paris. Medito muito e a verdade é que a maioria das minhas peças são criadas em estados profundos de meditação.”
Além da pintura, a fotografia é outra das suas paixões, e gosta de captar tanto pessoas, como paisagens. “Vou beber inspiração às viagens que faço. Adoro visitar locais novos porque vou aprendendo e, dessa forma, inovando”, acrescenta.
Carregue na galeria para ver fotografias da loja no Oeiras Parque e alguns quadros presentes na exposição.

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