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Este casal brasileiro apostou tudo no pão de queijo: num dia, venderam 950

Ramon Dutra e a mulher criaram o negócio em 2018 e o segredo está na receita de família. A casca fica crocante e a massa macia.

Há histórias que começam com uma simples viagem e a de Ramon Dutra é uma delas. Natural do Brasil, tinha 23 anos quando decidiu comprar um bilhete de avião só de ida para o outro lado do Atlântico. Nunca mais quis voltar.

“Era muito novo e vim sozinho, apenas com a intenção de visitar Portugal. Queria conhecer-me e aprender a estar comigo. Passei por Sagres para ver um amigo que vivia lá e encantei-me”, conta Dutra, como é conhecido, à New in Oeiras. 

Em 2002, mudou-se para o sul do país e por lá viveu cerca de dois anos. “Acabei por adorar a forma de viver do povo, a cultura e os costumes”. Depois desse tempo, decidiu vir para Lisboa para continuar a profissão de mecânico, que tinha iniciado no Brasil.

“Vim para Massamá em 2004 e aventurei-me em oficinas da zona. Cheguei a trabalhar no aeroporto”, conta. Em Lisboa, acabou por encontrar o amor ao conhecer Ana, a grande responsável pela mudança da sua vida e com quem viria a casar.

“Conheci a Ana e já estávamos juntos há quase 10 anos. Num certo dia, convidámos uns amigos para jantar e ela fez um pão de queijo como entrada. Assim que provei pela primeira vez fiquei estagnado”, confessa.

Ana também é brasileira e sempre teve o hábito de cozinhar e preparar sabores regionais em casa. Depois de provar o salgado típico de Minas Gerais, Dutra só conseguia pensar numa coisa. “A minha pergunta foi ‘Consegues replicar esta receita?’. Quando disse que sim, decidi que íamos começar a cozinhar para vender”.

Crocante por fora, macio por dentro

Em 2018, o casal meteu as mãos na massa e criou a marca “Pão de Queijo Dutra”. “Começámos a apresentar o nosso pão a cafés e restaurantes na zona de Oeiras, porque moramos no concelho e foi correndo bem”. 

O casal trabalha em equipa e produz os já famosos pães de queijo em casa. “Fazemos tudo juntos, cozinhamos e tratamos das entregas. Também fizemos as legalizações e acabámos a receber o selo de produto certificado”, afirma. 

Produzidos em Oeiras.

A receita seguida por Ana tem origem no Brasil e é uma tradição familiar. Passada de geração em geração, é uma demonstração da cultura brasileira em Portugal. “O segredo está na receita porque é feita de forma tradicional, como antigamente. Respeitamos todas as etapas e o tempo do pão. Depois, escaldamos o polvilho com um queijo de qualidade, que também é importante. A casca fica crocante e, por dentro, a massa fica macia”, confessa. 

O “Pão de Queijo Dutra” vende para cafés, bares, restaurantes, mercados, mas também aceita encomendas para festas. “Vendemos muito bem durante todo o ano. Claro que no verão acabamos por ter mais procura, principalmente de clientes particulares que não tenham um negócio para vender o nosso produto, mas sim para consumi-lo”, conta. 

Apesar de muitos clientes serem de Oeiras, a procura pelos pães de queijo vem de várias zonas. “Temos clientes no centro de Lisboa, Amadora, Cascais , Reboleira e até Torres Vedras, Mafra ou Setúbal”. 

Não cobramos taxas de entrega, levo as encomendas gratuitamente, se for relativamente perto. Quando é mais longe, tento negociar com a quantidade de pães pedida, para compensar”, diz.

O recorde? 950 pães de queijo num dia

O negócio vai correndo bem ao casal brasileiro e a prova disso foi o recorde batido em maio deste ano: num só dia venderam 950 pães de queijo. “Foi uma loucura, entre entregas e produção, mas ao mesmo tempo ficámos muito felizes”, conta.

O Pão de Queijo Dutra está disponível em três tamanhos: uma caixa com 85 gramas, que leva cerca de 12 pães de queijo (9€); uma com 50 gramas, que contém também 12 unidades um pouco mais pequenas (7€) e uma com 25 gramas, que contém 24 unidades pequenas (7,50€).

A marca tem outras opções, como pães recheados com bacon, goiabada e chouriço. As encomendas podem ser feitas através do Whatsapp do 969 549 531 ou pelo Instagram.

Num futuro próximo, o casal espera consegui um espaço maior, para aumentar a produção, e conseguir expandir o negócio a outras cidades portuguesas. “Queríamos muito chegar ao Porto e, quem sabe, exportar para fora de Portugal”.

Carregue na galeria para ver os sabores produzidos pelo casal. 

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