O número 73 da Rua Cândido dos Reis, em pleno centro histórico de Oeiras, ganhou uma nova inquilina no início do mês de julho. A loja de arte e artesanato Casa de Campo instalou-se numa das artérias mais movimentadas do centro da vila —  onde o comércio de rua é rei — atraindo as atenções de quem passa.

Ao entrar, somos circundados por várias peças em cerâmica, tanto utilitárias como decorativas, acessórios de moda e para a casa, produtos de higiene, velas, cestas, tudo feito artesanalmente, de forma natural e, melhor ainda, em Portugal. “Tudo o que tenho na loja são peças feitas à mão, por portugueses de vários pontos do País, do norte ao Algarve”, revela à New in Oeiras Catarina Fitas, a fundadora. 

A jovem, de 28 anos, é a responsável por esta Casa de Campo. Trabalhava como engenheira informática, até que decidiu mudar de área e realizar o sonho de ter um negócio próprio. Enquanto estudava, trabalhou numa loja que lhe deu alguma experiência de atendimento ao público e de gestão de stocks. O facto de já ser apaixonada por cerâmica e artesanato ajudou-a a decidir o rumo a seguir.

“Se olharem à volta, conseguem perceber que a cerâmica é o ponto chave aqui da loja, porque eu própria já tinha este bichinho. Mas era importante mostrar também outro tipo de trabalhos, porque há coisas muito bonitas a serem feitas noutras áreas.”, garante Catarina. Além da loiça utilitária como jarras, pratos, copos, canecas, chávenas, entre outras, há a decorativa, com elementos da natureza, animais, flores e muito mais. 

Na Casa de Campo encontra também almofadas, sabonetes naturais, brincos feitos com especiarias, outros em origami, ilustrações, flores secas, artigos de papelaria, caixas de azulejos, entre outras preciosidades. “As clientes gostam de ficar já com ideias de presentes para oferecer em aniversários ou datas comemorativas”, conta a responsável.

A NiO visitou o espaço e podemos garantir que foram vários os curiosos que entraram na loja, atraídos pelas cores, cativados pela vasta oferta e encantados com a beleza e delicadeza das peças. Há quem não resista a sair de lá já com uma delas, outros despedem-se, após muitos elogios, com a promessa de voltar em breve para comprar algo. Seja para a sua própria casa ou para oferecer a alguém especial, a verdade é que a vontade de levar tudo é grande — ou de ficar a viver ali.

“Sempre dei muito valor a tudo o que é feito à mão, às peças bonitas que as pessoas fazem. Desde miúda que adoro ir a mercados, mesmo quando vou a outras cidades, gosto de conhecer o que de bom se faz em cada local. Então surgiu a ideia de abrir a loja e poder trazer estes produtos, de vários pontos do País, de modo a que fiquem aqui mais perto das pessoas. Ter começado este negócio tem-me permitido conhecer projetos incríveis”, conta Catarina.

“Fui falando com os artistas, alguns descobri pelas redes sociais e trabalhamos sempre em parceria. A vantagem é que muitos deles estão longe e aqui têm as suas peças de forma acessível. Queria apoiar estes projetos, mostrar o seu trabalho e fui montando a ideia baseada neste conceito. E não tenho nem metade de tudo o que queria ter aqui”, revela Catarina, com humor, garantindo que talvez, no futuro, venha a precisar de um espaço maior. A fundadora da Casa de Campo sublinha a importância de ir estabelecendo novos contactos, de forma a que a oferta seja alargada e surpreenda os clientes. 

Aqui encontra produtos com preços variados. Tem desde os ímans a pouco mais de 1€ a aguarelas pintadas à mãos por 139€. A Casa de Campo faz por ter uma oferta com peças para todos os gostos e para todos os bolsos, com um intervalo de preços bastante alargado. É o sítio ideal para ir procurar um presente para aquele familiar ou amigo a quem, por vezes, não sabe o que oferecer, ou até uma lembrança para um colega de trabalho em que não quer gastar muito dinheiro.

Há também uma parte da loja ligada à solidariedade com produtos da Dress a Girl. “Trabalhamos com esta Associação, conhecemos o projeto, as peças são todas feitas à mão e achei que se enquadrava com o conceito da loja. A venda dos produtos deles, reverte na totalidade para o trabalho que desenvolvem, de entregar roupas a miúdos em África”, conta Catarina.

“Oeiras é cidade, praia e campo”

A morar há três anos em Oeiras, para a responsável fazia todo o sentido abrir o negócio também no concelho. “Achei que o conceito da loja se enquadrava muito bem no centro histórico. Quero trazer energia para aqui. Sempre vivi em Lisboa, mas desde que vim morar para Oeiras apaixonei-me por esta zona. Gosto de Oeiras porque é cidade, é praia e é campo.”

Curiosamente, a loja tem também peças que se enquadram bem em qualquer estilo de decoração, sejam uns quadros para um apartamento citadino, elementos do mar para uma casa de praia ou peças mais rústicas para harmonizar com uma casa de campo. “Temos peças modernas e outras com estilo mais tradicional, é importante ter um bocadinho dos dois mundos”, sublinha a responsável.

O nome Casa de Campo foi escolhido, precisamente, por causa da ligação emocional que Catarina tem ao campo, às aldeias e ao comércio tradicional. “Há uma ligação pessoal, pois desde miúda que passo férias em Odemira e eram sempre as épocas mais felizes do ano. Era sempre nessas alturas que contactava com muita arte e artistas locais. Chamar Casa de Campo à loja é uma analogia ao que me faz feliz, em termos de memórias. Transmite uma ideia de bem estar, de tranquilidade, uma ideia de casa, já que quero que as pessoas se sintam bem cá.” 

Tal como os mercados que visitava em miúda, nas férias, ou aqueles que hoje visita em viagens, Catarina agora também os faz. Em alguns fins de semana, participa em mercados locais para dar a conhecer o projeto a um público maior.

Siga a Casa de Campo no Instagram e no Facebook para ir acompanhando as novidades da loja que ainda nem um mês completou, mas que já conquistou muitos oeirenses e não só. “Queremos que a loja vá acompanhando as épocas do ano, por exemplo, no Natal, vamos tentar que a decoração da loja se vá adaptando às alturas do ano”, revela a responsável.

Se, por agora, não consegue visitar fisicamente a loja, não se preocupe, pois já este domingo, dia 31 de julho, vai ser lançado o site da Casa de Campo, que vai contar com uma loja online. 

Quem manda nisto tudo?

Nome: Catarina Fitas
Idade: 28 
Peça favorita: “Uma travessa alentejana de ir ao forno, a única da coleção, com um padrão que existe na casa onde sempre passei férias”.
Guilty pleasure: Cerâmica
Convença-nos a visitar o espaço: “Aqui vai encontrar peças portugueses feitas à mão e com o coração.”