Pudins há muitos, é verdade. De vários sabores, texturas e formatos. Cada pessoa tem uma receita própria para esta sobremesa, da qual os portugueses são fãs, e que finaliza na perfeição qualquer refeição feita em grupo. Se faz parte dos apreciadores deste doce, temos boas notícias: Oeiras tem agora um pudim próprio.
Tudo começou com um desafio. Paulo Amado, fundador do Congresso dos Cozinheiros, propôs a Miguel Oliveira que criasse um pudim com sabores de Oeiras. Um pedido nada inocente, já que Miguel tem uma longa história com este doce.
Em 2014 participou n’ “A mesa dos portugueses”, um concurso dedicado à gastronomia nacional, com o objetivo de encontrar as melhores receitas regionais, estimular a confecção de pratos feitos com produtos de origem portuguesa e contribuir para a valorização do património gastronómico português. Miguel concorreu com uma versão do famoso pudim abade de priscos e venceu na categoria de Doçaria.
Desde essa altura, nunca mais parou. Chamou Pudim Rei à sua versão do doce e criou um projeto que vive deste monoproduto, isto é, só comercializa esse mesmo pudim. Em 2018 abriu um espaço ao público em Campo de Ourique e, brevemente, abrirá também na Rua Braamcamp, em Lisboa, onde terá venda e fabrico.
Assim, quando foi desafiado em dezembro do ano passado a criar um pudim com ingredientes de Oeiras, Miguel abraçou a missão com afinco. “Foi uma maratona de cinco meses até conseguir chegar ao produto final”, conta à NiO.
Miguel é natural do Porto, mas vive em Lisboa. Para chegar à receita do pudim, decidiu que precisava de passar algum tempo em Oeiras. “Quis sentir o ambiente do Palácio do Marquês, dos jardins e fui para lá uns dias para me inspirar. É um sítio com muita história e queria estar à altura”, afirma o doceiro.
Com a inspiração em alta, Miguel pôs as mãos na massa. O processo de criação não foi simples, feito numa base de tentativa-erro. Foram vários meses a testar produtos, quantidades, sabores, até chegar a um resultado que considerou estar no ponto. “Usei produtos que fazem parte da identidade da região, só tem sentido assim”, explica.
Inspirado em Oeiras e no Palácio Marquês de Pombal, nasceu o Pudim do Marquês, cujos ingredientes são, na maioria, produtos do concelho. Em primeiro lugar, Miguel menciona o vinho de Carcavelos Villa Oeiras, uma imagem de marca do concelho, que oferece ao pudim um sabor diferenciado.
“Utilizei também laranjas que se encontram nos jardins do Palácio do Marquês, azeite de Oeiras, que confere portugalidade ao produto e escamas de sal fumado que representam a ligação ao mar, inspirei-me na linha de mar que banha Oeiras”, revela. “Não moro em Oeiras, mas identifico-me muito com esta zona, com a ligação ao mar”, remata. Do pudim também faz parte a canela de Ceilão.
É esta a fórmula perfeita que o torna num “pudim mágico e viciante” como descreve o seu criador, que garante haver um grande equilíbrio entre os ingredientes, conferindo-lhe “uma textura aveludada”. Tem a particularidade de ter uma baixa carga de açúcar e ser um pudim fresco, ótimo para servir num almoço de verão.
O pudim foi apresentado oficialmente ao público em meados de maio deste ano no evento Há Prova em Oeiras, que decorreu nos Jardins do Palácio Marquês de Pombal. Foi feita uma prova no Lagar de Azeite e conquistou, desde logo, o paladar dos presentes.
Está nos planos de Miguel Oliveira ter um ponto de venda em Oeiras, mas por enquanto está a trabalhar para que o produto fique disponível nos restaurantes oeirenses. Desde a semana passada, pode encontrá-lo no famoso restaurante O Pastus, na Av. Marquês de Pombal, em Paço de Arcos. É este o primeiro parceiro de referência do Pudim do Marquês e, até ao momento, o único espaço em Oeiras onde o doce pode ser descoberto.
“De Oeiras para o mundo” — o lema que acompanha o doce — o Pudim do Marquês by Miguel Oliveira, assume-se como um tesouro da gastronomia portuguesa contemporânea. Pode encomendá-lo, por 39€, através das páginas de Instagram e Facebook, onde Miguel vende também o seu Pudim Rei, nome dado à sua versão do pudim abade de priscos.