Eduardo Santini cresceu entre gelados. Neto do fundador daquela que é, provavelmente, a marca portuguesa deste segmento mais famosa do País, haverá poucos que percebam tanto da arte como ele. E, naturalmente, ao fim de tantos anos na indústria, guarda um ou outro truque secreto.
Em entrevista ao podcast “Foodie”, da NiTfm, o CEO da Santini revelou um dos testes pessoais que usa para perceber a potencial qualidade de uma gelataria. Uma estratégia que, confessa, é alvo de alguns comentários jocosos dentro da empresa.
O truque é, aliás, muito simples e foca-se na prova de um único sabor que, segundo Eduardo Santini, é perfeito para avaliar o padrão de qualidade da produção de gelados de uma casa.
“Acho que há um gelado que serve para avaliar a qualidade dos gelados das marcas — o de limão”, diz. “É mesmo muito difícil de recriar, artificialmente, o verdadeiro sabor do limão. É muito difícil fazê-lo sem usar xaropes e aquelas bases pré-feitas”, conta.
Segundo Santini, qualquer pessoa consegue perceber se um gelado de limão é feito com fruta natural ou com alternativas mais rápidas e com menos qualidade. “Basta fechar os olhos. Tem de se sentir bem a essência da fruta, a acidez, a frescura”, afirma.
Sendo a matéria-prima “uma das mais baratas que se pode usar”, Santini considera que não há desculpa para não produzir um gelado com sabores naturais, mesmo que isso implique um esforço extra.
“Marcas que não fazem gelado com limão, dificilmente vão usar manga, morangos ou framboesas, que custam quatro vezes mais. Ou baunilha, que custa 180€ por quilo.”