Alessandra Pereira sempre foi movida pela curiosidade. Natural de Minas Geris, no Brasil, mudou-se para Portugal em 2005, para se juntar ao seu marido, na época. Messes depois acabou por se divorciar, mas quis manter-se em Portugal e acabou por começar uma nova vida no concelho de Oeiras, onde vive até hoje. Quase duas décadas mais tarde conseguiu realizar o objetivo com que há muito sonhava: abrir um restaurante.
O Pinheiro Bravo reabriu, em Porto Salvo, no passado mês de junho, depois estar mais de dois anos fechado. Quando soube que o restaurante estava disponível para trespasse, Alessandra decidiu agarrar a oportunidade. “Estive a ver vários espaços até que surgiu este e pensei em arriscar”, começa por contar à NiO.
Desde então, todos os dias “têm sido um desafio”, mas a mineira de 42 anos não pretende desistir. “Tem sido uma mistura de emoções”, confessa. Quando era miúda, Alessandra aprendeu a cozinhar com a mãe. “Ela punha-nos sempre a cozinhar e era intensa. Se alguma coisa corresse mal, levávamos logo na cabeça. Os tempos eram outros”, recorda, com a certeza de que a exigência que segue nesta área vem desses tempos.
Já na fase adulta, acabou por não seguir a área da gastronomia. Ainda no Brasil, trabalhava apenas pontualmente com encomendas de salgados, doces (como brigadeiros) e bolos, sempre que algum conhecido pedia um desses serviços. Em 2005, já em Portugal, o primeiro trabalho que teve foi na Sociedade Instrução Musical de Porto Salvo (SIMPS), a lavar pratos.
“Sempre fui curiosa e comecei a ver como é que faziam as coisas na cozinha”, partilha. “Havia uma senhora que fazia os doces e eu queria aprender, mas ela não era muito de ensinar. Ainda assim, ficava sempre em cima, às vezes até fora do horário. Terminava o meu trabalho e ficava lá a vê-la trabalhar”, conta.
Quando a antiga chef de sobremesas se reformou, surgiu a oportunidade de assumir o seu lugar e Alessandra não pensou duas vezes. “O meu maior desafio foi a fazer farófias. Estraguei uma quantidade imensa de ovos”, diz, entre risos. Com o tempo, aprendeu a fazer todos os doces da gastronomia portuguesa. Manteve-se durante cinco anos naquele espaço.
Depois, foi no restaurante Arcos da Vila, que entretanto já encerrou, que aprendeu tudo o resto. Ali, trabalhou durante quase 14 anos, começando como ajudante de cozinha até chegar a cargos superiores. “Tudo que eu aprendi foi com os meus ex-chefes. Nunca fiz um curso de gastronomia, o que eu fiz foi ficar ali a aprender uma coisa que gosto de fazer”, afirma.
Agora, no Pinheiro Bravo, tem tido a oportunidade de colocar em prática tudo o que aprendeu nos últimos 19 anos. E, mesmo depois de tanto tempo, não consegue escolher o que mais gosta na gastronomia portuguesa. “Gosto mesmo de tudo”, sublinha. “Quando os clientes comentam ‘Ah, uma brasileira a fazer cozido à portuguesa’ e depois, no final, me dão os parabéns, é muito gratificante”, comenta.
O restaurante é composto por duas salas e tem capacidade para receber 50 pessoas. Os clientes podem escolher entre três opções de menu: de 11€, de 12€ e de 15€. Todos incluem uma entrada (pão e azeitonas), prato principal, a bebida (água, sumo, cerveja ou vinho), sopa ou sobremesa e café. Os valores variam mediante o prato escolhido.
Bifinhos de peru, lombo com bacon, pastéis de bacalhau e carapauzinhos fritos com arroz de tomate, por exemplo, são as opções no menu mais barato. Já no de 12€, pode optar por lagartos grelhados, bitoque, grelhada mista, bife de atum algarvia, moqueca de camarão e caril de camarão. Por fim, no de 15€, pode escolher secretos de porco preto, bife da vazia grelhado, espetada de porco preto, costeleta de novilho, entre outros.
O Pinheiro Bravo também trabalha com serviço de take-away e vai alternando alguns pratos semanalmente. Para saber qual é o menu do dia, pode entrar em contacto através do número 939185053.
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