Mais benéfico para a saúde, mais durável e resistente. É assim que é descrito o novo tipo e tomate que, a nível de sabor, garantem os criadores, irá manter as suas características essenciais. Só muda uma coisa: a cor.
Trata-se de um tomate geneticamente modificado e aprovado pela USDA, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. “Do ponto de vista de risco, a nível de doenças da planta, pode ser cultivada e usada com segurança”, revelou a agência que deu a sua aprovação a 7 de setembro.
Este tomate criado em laboratório surge de uma colaboração de várias universidades britânicas. Cathie Martin, uma das bioquímicas envolvidas no projeto, revela os objetivos. “Queria iniciar um projeto no qual pudéssemos ver e perceber se há benefícios no uso deste grupo de pigmentos.”
Martin fala, especificamente, das antocianinas, o composto que dá a tonalidade azulada e púrpura a frutos como mirtilos, amoras e beringelas — que, tecnicamente, não são um vegetal mas um fruto, tal e qual o tomate.
Estes tomates são roxos precisamente porque Martin promoveu uma mutação genética para que fossem ricos em antocianinas, de forma a “potenciar a sua capacidade antioxidante”. Querem perceber se também esta propriedade os torna mais saudáveis e benéficos para a saúde.
Os primeiros resultados foram partilhados em 2008, sendo descritos como “incríveis”. Ratos de laboratório com propensão a desenvolverem cancro, alimentados com estes tomates, registaram uma longevidade 30 por cento acima dos que comiam tomates normais.
Estudos subsequentes revelaram, também, a capacidade de estes tomates durarem mais tempo nas prateleiras e nos frigoríficos. Agora só falta convencer as pessoas a comprar e o segredo pode estar na cor.
“É uma cor que desperta a atenção das pessoas de uma forma muito básica”, explica Nathan Pumplin à “CNN”, o CEO da empresa que está a organizar a comercialização. “Não é necessária muita imaginação para perceber que é um tomate diferente. E a cor diferente ajuda as pessoas a fazerem a sua escolha.”