Armando Ponzo e Ivo Chaves, ambos de 36 anos, são da cidade de João Pessoa, no Nordeste do Brasil, e foi lá que se formaram em Comunicação e Marketing. Há 12 anos decidiram deixar a terra natal para vir morar na Europa e o primeiro destino foi Dublin, na Irlanda, com o objetivo de frequentarem um mestrado de Cinema.
Como é que daí foram parar ao mundo do café? Armando explica tudo à New in Oeiras. “Na Irlanda, em paralelo ao estudo e à área de Marketing, sempre trabalhámos em restauração. Mas, como todos os brasileiros, amamos café de todas as formas e decidi que devia especializar-me no que realmente gostava, que era café. Não era minha intenção transformar o hobby em profissão, mas a vida dá voltas e depois acabei por trabalhar na Lavazza, ainda na Irlanda, e não parei.”
Há seis anos mudaram-se para Portugal e tomaram uma decisão: seguir a paixão que tinham por café. Começaram a delinear um projeto de café gourmet e, em junho de 2020, nasceu a loja online do CafeLab. “A ideia era tornar acessível a todos os apreciadores, um café de qualidade, profissional, que pudessem ter em casa”, conta o empreendedor à NiO.
Dois anos depois, realizando um sonho antigo, conseguiram finalmente abrir um espaço físico. O spot fica no número 14A da Rua Brito Camacho, na zona da Figueirinha, mesmo ao lado do Jardim do Ultramar, em Oeiras. A inauguração foi no dia 3 de maio e, apesar de só ter passado ainda uma semana, os oeirenses já estão rendidos ao CafeLab.
“Felizmente, temos tido casa cheia todos os dias”, comenta Armando. “Já tínhamos um número grande de clientes através do site, com entregas em várias cidades do País, e agora estamos a tentar perceber qual é o perfil dos clientes da loja física. Os clientes estavam sempre a perguntar quando é que abríamos um espaço. Esperámos a oportunidade certa e o lugar certo”. E esse lugar é Oeiras.
Foi para aqui que se mudaram quando vieram da Irlanda e daqui não saíram mais. “Nós gostamos muito de Oeiras, de estar perto da praia, de sentir que há um ambiente familiar mas, ao mesmo tempo, tem movimento e muito comércio.”, destaca Armando. “Sentimos que Oeiras está a crescer cada vez mais. Fazia todo o sentido abrir o negócio aqui”.
Ambos sentiam que a zona precisava de um espaço como o CafeLab, que se distinguisse no mercado pelo conceito e posicionamento. “Nós não somos uma cafeteria ou uma pastelaria, somos uma casa de café. A estrela da casa é o café”, afirma à NiO.
Os tipos de café
O CafeLab tem sete tipos de café disponíveis. Seis deles são grãos de origem: Brasil, Costa Rica, Etiópia são do tipo arábica; Uganda, Angola e Vietnam são do tipo robusta, este último descafeinado. Estão à venda em pacotes de 200 ou 500 gramas, com preços que podem ir dos 6€ aos 42€. À New in Oeiras, Armando conta: “Nestes últimos dois anos provámos muitos tipos de café para escolher quais aqueles que queríamos ter no espaço”.
O sétimo é a tradicional bica, um café mais para o dia a dia, que é uma mistura daqueles grãos, e que foi desenvolvido a pensar no paladar português, com um sabor mais aveludado, mais aromático e menos amargo. “Um café mais gostoso de se tomar”, garante o proprietário do espaço. Se preferir, por exemplo, um café mais doce, sugerimos que peça o da Costa Rica.
Pode tomá-lo por 70 cêntimos, acompanhado por uma fatia de bolo (2€) ou um pão de queijo (1,50€), do qual saem várias fornadas por dia. Se preferir, pode experimentar um cookie vegan, sem glúten e sem lactose (2,50€) e se, eventualmente, preferir uma bebida mais fresca, saiba que há uma limonada de café a 1,20€.
Todos os grãos de café são torrados em forno a lenha em Portugal e embalados frescos no dia da entrega. Se a opção do cliente for café moído, saiba que o CafeLab mói apenas no momento da compra.
O espaço
Tudo no espaço foi pensado ao pormenor por Armando e Ivo e construído pelos dois. O esforço compensou, pois têm sido muitos os elogios feitos à decoração escolhida pelo CafeLab. “O nosso conceito foi trazer a natureza aqui para dentro. Estamos mesmo ao lado de um jardim, quisemos dar continuidade ao verde e à ideia de tranquilidade e bem-estar”, conta Armando.
Desde o início que queriam um espaço que se destacasse de outros da mesma área. “Não queríamos seguir o padrão das cafetarias nem ter uma decoração padrão. Queremos trazer leveza a este cantinho”, explicam à NiO, garantindo que o papel de parede e as plantas fazem toda a diferença para garantir o conforto e bem-estar dos clientes.
Vale a pena fazer uma visita ao espaço, não só para provar um café, como para conhecer também todos os produtos que estão disponíveis para venda. Na loja online tinham apenas os cafés e acessórios, como canecas e coadores. No espaço físico, aumentaram a oferta e ali pode encontrar desde moinhos de grãos, a filtros, até bules e copos térmicos.
Existe ainda a possibilidade de abrir o espaço para eventos como tertúlias, recitais de poesia e lançamentos de livros. “A nossa ideia é fugir do que é o básico do serviço de café. Desde há muito tempo que os cafés são espaços de encontro entre intelectuais, escritores, poetas e queríamos resgatar isso. Não é uma casa de cultura, mas queremos oferecer o espaço físico para quem queira lançar um livro, por exemplo. Trazer cultura para o espaço, quando assim se proporcionar”, conclui Armando.
